ONDE ESTÃO MEUS AMIGOS?

Sinopse: No mundo cristão conhecemos muitas pessoas, muitos ditos homens e mulheres de Deus, mas aos poucos, convivendo, vemos que são artificiais, interesseiros; acabamos nos decepcionando com essas figuras decorativas, onde falam de amor, mas agem o contrário.
José, fiel a Deus, ajuda a muitos e quando se vê apertado, o abandonam.
JOSÉ – Evangélico, fiel a Deus, incrédulo com os líderes atuais.
MAGNÓLIA – Esposa de José, crê em Deus, mas tem a dúvida como obstáculo.
SILAS – Evangélico bem de vida que adora aparecer para seus amigos.
VERA – Esposa de Silas, parecida com ele
MANUELITO – Se diz amigo de José, fala um português errado e anda em dois pensamentos.
ROBERNALDO – Amigo de José e Manuelito, fala um português errado e anda conforme o vento.
COBRADOR

CENÁRIO: Sala de casa
CENA 1 – (Música e Luz – José em casa com Magnólia que vê TV)

MAGNÓLIA – Mataram mais um policial!
JOSÉ – Essa violência tá demais, isso nunca vai acabar.
MAGNÓLIA – Você não ouviu o pastor Zéfi dizer.
JOSÉ – Steph e não Zéfi.
MAGNÓLIA – Eu não consigo acertar esse nome.
JOSÉ – Se fosse Zéfi você ia dizer Steph, eu te conheço.
MAGNÓLIA – Pois bem, o pastor disse que a violência só vai aumentar por causa da vinda de Jesus.
JOSÉ – Do Senhor Jesus! Isso é bíblico e uma grande verdade.
MAGNÓLIA – Será que o mundo não percebe isso?
JOSÉ – Nem você que vai a igreja percebe, quanto mais eles.
MAGNÓLIA – Eu não percebo o que Jé?
JOSÉ – Eu já te disse que não quero que me chame desse nome…
MAGNÓLIA – Jé? Ora, deixa de ser bobo, é o apelido do José Garcia, aquele personagem da novela, um gato de homem.
JOSÉ – Eu não sou animal pra ser gato.
MAGNÓLIA – Mas quem disse que você é um gato? Quer dizer, é um gato… Mas não, um Gato!
JOSÉ – Não me chame assim, estamos entendido?
MAGNÓLIA – Tudo bem, então não me chame de incrédula. Eu percebo muito bem o que vem por ai, estou até estudando o livro do apocalipse.
JOSÉ – É uma nova novela?
MAGNÓLIA – Não, é a bíblia mesmo.
JOSÉ – Sozinha?
MAGNÓLIA – E qual o problema?
JOSÉ – O problema é que ele é um livro escatológico e de difícil entendimento, se não tiver uma base, você não consegue entende-lo.
MAGNÓLIA – Pois fique sabendo que já sei muita coisa. O que vai acontecer daqui pra frente é de arrepiar, se cuide heim….
JOSÉ – Tudo bem, o médico disse pra não contrariar.
MAGNÓLIA – Pelo menos estou lendo a bíblia.
JOSÉ – As vezes, é melhor não ler, se for pra ler, então comece pelo livro de João. Depois Mateus, Marcos e Lucas e dai pra frente.
MAGNÓLIA – Mas todo mundo lê esses livros, eu quero me aprofundar no mistério de Deus.
JOSÉ – Quer mesmo? Então comece a se santificar, ore e jejue, deixe de ver essas novelas podres, pare de usar maquiagens e roupas exageradas, vá cooperar na igreja, a evangelizar, enfim, mude pra melhor, então o senhor te usará e te revelará seus mistérios.
MAGNÓLIA – Acabou o sermão?
JOSÉ – Seu problema é esse, não aceita.
MAGNÓLIA – Deus vai me revelar seus mistérios sem ter que me sacrificar desse jeito.
JOSÉ – O único mistério que vai se revelar é o da novela. (Sai de cena – Musica – B.O)
NARRAÇÃO – (Música) Surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E por se multiplicar a iniquidade, o amor de quase todos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo.

CENA 2 – (Luz – Magnólia lendo a Bíblia, chega José)
JOSÉ – (Ironizando) Desse jeito o fogo cai e incendeia a casa toda.
MAGNÓLIA – Glorias a Deus por isso!
JOSÉ – O Silas está vindo ai, acabou de me ligar.
MAGNÓLIA – Esse não me cheira.
JOSÉ – Ele é um bom homem, o problema é a mulher.
MAGNÓLIA – Não pode ser o contrário?
JOSÉ – Não, nesse caso. A Vera joga no milhão da sorte, fala mal de todo mundo, fica reparando até na cor do sapato das irmãs…
MAGNÓLIA – O Silas pega dinheiro emprestado com agiotas, bebe vinho, já adulterou…
JOSÉ – Isso é passado.
MAGNÓLIA – E agora está metido em politica.
JOSÉ – Eu tenho pena dele, vou ver o que ele quer e se puder ajudá-lo, tudo bem.
MAGNÓLIA – Vê se não se envolva com nada, Deus te livre desses lobos, você parece que atrai.
JOSÉ – Jesus disse: “Pai, não te peço que os tirem do mundo, mas que os livrem do mal”. Vamos ter que lidar com maus e bons, essa é a vida, e nem sempre Deus nos revelará, precisamos ter discernimento espiritual para sabermos o que está por trás.
MAGNÓLIA – Eu só quero me aprofundar na palavra, pra quando Deus disser: fale, eu falar, vá, eu ir e ser recebida com honras nas igrejas, que com certeza estarão lotadas.
JOSÉ – O seu intuito é ficar famosa?
MAGNÓLIA – Não a fama do mundo, mas ser conhecida e temida.
JOSÉ – Amem!
MAGNÓLIA – Busca que Deus pode fazer isso com você também.
JOSÉ – É mesmo?
MAGNÓLIA – Claro. Leia mais e serás uma bênção.
JOSÉ – Vou esperar Ele fazer com você primeiro. (Rindo)
MAGNÓLIA – Do que está rindo?
JOSÉ – Eu estou rindo, porque a vida é irônica, você não quer se consagrar, mas quer me dar sermão? Eu achou lindo ver você lendo a palavra de Deus, só que eu sei que isso é fachada, nada disso é de coração, de busca, de renuncia…
MAGNÓLIA – Eu renunciar mais o que? Eu estou precisando conquistar e não perder.
JOSÉ – Comece pela humildade e aprenda primeiro, vá a escola dominical, faça um curso de teologia, ore e jejue mais, quem sabe ainda dê tempo de Deus te usar.
MAGNÓLIA – Já ta usando meu amor. Eu não vou fazer curso de teologia, esses líderes fazem e continuam falando o português errado!
JOSÉ – Mas isso é desleixo! Pra falar corretamente, basta ler a bíblia com atenção o está escrito, ela já nos ensina. O problema maior é que muitos deles dizem que Deus capacita, isso é verdade, mas Deus capacita a quem está preparado.
MAGNÓLIA – É o que estou fazendo, me preparando.
JOSÉ – Tá bem. (Toca a campainha) Deve ser o Silas e a Vera.
MAGNÓLIA – Deixa eu esconder a bíblia pra não ter fofoca e espalhar por ai que estou uma bênção.
JOSÉ – Mas você não quer ser divulgada?
MAGNÓLIA – Depende através de quem. (Sai de cena)
JOSÉ – (Abrindo a porta) Silas, a paz do Senhor!
SILAS – Paz!
JOSÉ – A paz do Senhor irmã vera!
VERA – Paz!
JOSÉ – Entrem, a Magnólia está no quarto e já vem.
SILAS – Você sempre está bem meu caro amigo José.
JOSÉ – Eu sempre estarei bem enquanto estiver nas mãos do Senhor, se sair a coisa complica.
VERA – Mas quando começa a faltar, nem todo mundo fica nas mãos de Deus, né Zé?
JOSÉ – Nem todo mundo, é verdade, mas no meu caso pode ter certeza que estarei firme.
SILAS – Conhecendo um pouco da vida do José, eu sei que permanecerá fiel.
JOSÉ – Não temos pra onde correr, essa é a verdade, só Jesus é a saída. (Entra Magnólia)
MAGNÓLIA – Silas e vera, que surpresa agradável! (Se cumprimentam)
VERA – Está cada dia mais bonita!
MAGNÓLIA – Obrigada.
SILAS – Fazem um belo par.
MAGNÓLIA – Não seja irônico Silas.
JOSÉ – Minha esposa é uma bênção, mas vamos ao que interessa.
SILAS – Sim, é verdade. Você sabe José que o tenho mais que um amigo, o tenho como um irmão.
VERA – É verdade.
MAGNÓLIA – Fiquei até arrepiada.
SILAS – Estou me candidatando a vereador e tenho quase oitenta por cento de certeza da vitória.
MAGNÓLIA – Olha, eu não sabia, que bom ouvir isso.
SILAS – Peço pra estar orando nesse sentido. Estarei abrindo um grande empreendimento e nesse momento preciso de toda a ajuda possível.
MAGNÓLIA – O que seria esse tal empreendimento?
SILAS – Uma fábrica de cosméticos para crentes e para o mundo em geral.
MAGNÓLIA – Se for dinheiro pode esquecer…
JOSÉ – Magnólia!
SILAS – Não é de dinheiro que estou precisando.
MAGNÓLIA – Se for pra administrar, pode contar comigo, sabe que eu adoro vocês.
SILAS – É mais que isso, eu preciso que acreditem nesse meu sonho e venham juntos realizá-lo comigo.
MAGNÓLIA – Pode contar comigo, estou toda arrepiada.
VERA – Eu também.
JOSÉ – Do que precisa?
SILAS – Preciso de três fiadores e já tenho um, contigo seriam dois.
JOSÉ – Mas eu só tenho essa casa.
SILAS – Já basta! Eles só querem segurança, mais nada.
MAGNÓLIA – Mas não pedem só um fiador?
SILAS – Depende do fiador, se ele tiver vários imóveis, tudo bem. Nesse caso eles estão me pedindo três.
JOSÉ – Preciso conversar com a Magnólia…
MAGNÓLIA – Por mim, tudo bem.
JOSÉ – Não quer nem pensar um pouco, porque eu conheço a minha esposa.
VERA – Vai lá Zé, ela já concordou.
SILAS – Se o irmão quer pensar, por que não?
MAGNÓLIA – Se o Silas está nos chamando para compartilhar desse empreendimento, pra mim tudo bem, agora é com o José.
JOSÉ – O que eu posso dizer? Tudo bem. (Vera e Magnólia se confraternizam)
SILAS – Não vai se arrepender, dou a minha palavra de homem e amigo.
MAGNÓLIA – Esse meu arrepio não foi por acaso, foi confirmação. (Música – B.O)

NARRAÇÃO – Amigos nos trazem segurança, inimigos nos trazem mudança. Deus usa os inimigos para nos moldar, para mudarmos a nossa maneira de ver e sentir as coisas. A bíblia diz pra não confiarmos no homem, não confiamos em nós mesmos, no homem interior, em nossas ações, porque somos falhos. Damos crédito a nosso próximo confiando em Deus, precisamos orar e pedir discernimento ao Senhor, para não cairmos nas ciladas do inimigo, que na maioria das vezes está bem próximo.

CENA 3 – (Luz – José chegando em casa)
JOSÉ – A paz do Senhor! (Entra Magnólia)
MAGNÓLIA – A paz querido! A Agrilina ligou e mandou beijos, está feliz da vida na casa nova.
JOSÉ – Ainda bem que o Angelão está fazendo a nossa filha feliz.
MAGNÓLIA – Nasceram um para o outro.
JOSÉ – Tirando aquela barriga.
MAGNÓLIA – Pare de falar mal do Gegê.
JOSÉ – Eu falei pra ele, e concordou comigo, aquela pança, as calças já não cabem.
MAGNÓLIA – Ele está ajudando a Agrilina a ser uma boa costureira, ela só vive remendando suas calças.
JOSÉ – (Rindo) Ela está transformando maldição em bênção.
MAGNÓLIA – Que horror José!
JOSÉ – Isso é linguajar de travesti ou aqueles homossexuais afetados.
MAGNÓLIA – É o Eusébio costureiro, eu me divirto muito ouvindo suas histórias.
JOSÉ – Eusébio, costureiro? Toma vergonha nessa cara mulher!
MAGNÓLIA – Qual o problema? Ele adora ouvir eu falar da bíblia.
JOSÉ – Sério? Eu adoraria ouvir você evangelizando o Eusébio.
MAGNÓLIA – Ele e seu namorado, o Carlão.
JOSÉ – Os dois te ouvem falar de Jesus?
MAGNÓLIA – Ficam vidrados.
JOSÉ – E o que você fala sobre Jesus?
MAGNÓLIA – Não falo especificamente sobre a vida de Jesus, falo sobre o fim, o apocalipse.
JOSÉ – Você fala sobre escatologia com eles?
MAGNÓLIA – Sim e por que não?
JOSÉ – E qual a reação deles?
MAGNÓLIA – Ficam se olhando, as vezes riem, dizem “que horror”, mas eu sinto que é de medo.
JOSÉ – Tudo bem, não é bom contrariar. (Tocam a campainha)
MAGNÓLIA – Espera alguém?
JOSÉ – Que eu me lembre, não.
MAGNÓLIA – Aqui vai virar escritório agora?
JOSÉ – (Vai atender) Robernaldo e Manuelito, a paz do Senhor! (Entrando)
ROBERNALDO – Meu irmão, como vai as coisa?
MANUELITO – E ai irmão, tudo na paiz?
JOSÉ – Sempre na paz do senhor Jesus! O que os trazem aqui?
MANUELITO – Vinhemos sozinho.
ROBERNALDO – O irmão perguntou porque viemos aqui.
MANUELITO – Fala então Robernaldo.
ROBERNALDO – Zé, sabemos que é fiel a Deus e que Ele te ouve.
JOSÉ – Ele ouve todo mundo, e atende no seu tempo.
ROBERNALDO – Mas a você Ele atende rápido.
JOSÉ – O que nos falta é ter mais comunhão, mais intimidade com Deus, Ele deseja abençoar e as vezes depende somente de nós.
MANUELITO – Aleluia!
ROBERNALDO – Preciso muito de sua ajuda, eu e o Lito.
JOSÉ – Se eu puder ajudar…
MANUELITO – Irmão, tamo sem trabaio, sabe que temo famílha pra sustento…
ROBERNALDO – Conseguimo uma pechincha do irmão Saltino.
JOSÉ – O que trabalha na feira?
ROBERNALDO – Esse mesmo. Ele quer passar pra gente uma barraca.
JOSÉ – Mas qual a minha ajuda, orar?
MANUELITO – Também. (Rindo)
ROBERNALDO – Precisamo dum dinhero emprestado do irmão.
MANUELITO – É caso de vida ou morte!
JOSÉ – Eu irmãos, estou num aperto financeiro, e isso se deve a eu ter emprestado a outros que não me pagaram.
ROBERNALDO – Eu prometo ao irmão que dentro de quinze dias eu te dou a metade e a outra até o final do mês.
JOSÉ – Eu terei que mexer no limite do banco, e esse dinheiro irmãos, não é meu.
ROBERNALDO – Se o irmão puder fazer esse sacrifíço.
JOSÉ – Eu sei que são homens trabalhadores, e que precisam de ajuda, e vou ajudá-los, com a garantia que me darão a palavra de honra que esse dinheiro estará em minhas mãos até esse prazo.
ROBERNALDO – Garantia total. Eu dou a minha palavra…Lito?
MANUELITO – O que eu posso dizer…não sei.
ROBERNALDO – Claro que sabe, pagamos au irmão até essa data, esse será o combinado.
JOSÉ – Tudo bem, amanhã eu transfiro pra sua conta, de quanto precisam? (Música aumenta – B.O)

NARRAÇÃO – Os amigos procuravam José para pedir ajuda, ele sempre que podia ajudava-os, mas os dias maus começaram a chegar na casa de José, por causa da falta de palavra de alguns irmãos.

CENA 4 – (Luz – Magnólia e José em casa)

MAGNÓLIA – Trouxa! Isso é o que você é.
JOSÉ – Eu fiz o que estava em meu coração.
MAGNÓLIA – Agora vai pedir esmola pra poder comer.
JOSÉ – Se eu não tivesse um Deus que cuidasse de mim, eu estaria preocupado.
MAGNÓLIA – Pois se preocupe, porque esses dois ignorantes, que nem os nomes sabem escrever, nunca vão te pagar, e muito menos o Pedro, o Cláudio e o Feliciano, esse então nem se fala, é um idólatra de dinheiro.
JOSÉ – Eu as vezes não sei o que é pior, eles me deverem ou você me acusar de um bem que fiz.
MAGNÓLIA – Bem? Fazer o bem e ficar em perigo? É melhor não fazer.
JOSÉ – Então, “o dar é melhor do receber “, “servir é melhor do que ser servido “, não vale de nada?
MAGNÓLIA – Sirva e dê a sua família e mais ninguém.
JOSÉ – Fazer o bem a quem amamos, o que estaria eu fazendo demais?
MAGNÓLIA – Não dá pra falar sem entrar na bíblia?
JOSÉ – Se eu vivo na direção do Senhor, não há hipótese.
MAGNÓLIA – E agora José?
JOSÉ – É Deus quem me justifica, se não me pagarem, pelo menos eu fiz o certo, ajudei-os.
MAGNÓLIA – Só você mesmo e mais ninguém. Me sacrificar pra dar aos outros… (Pausa)
JOSÉ – Talvez você tenha razão…
MAGNÓLIA – Aleluia irmão!
JOSÉ – Hoje em dia, viver na santidade, ter o sentimento de Cristo e se sacrificar financeiramente pra ajudar um irmão ou ser humano, é coisa de outro mundo.
MAGNÓLIA – Agora entendeu? Eles é que se virem!
JOSÉ – Tirar de sua própria mesa, de seu sustento, de seu conforto pra ver uma pessoa sorrir e dizer obrigado, só um louco, maluco.
MAGNÓLIA – Até que enfim!
JOSÉ – Mas, se o que eu fiz, tem a aprovação de Deus, então, continuarei fazendo, mesmo que eu vá morar na rua e viver com mendigos, se assim for a vontade de Deus pra minha vida.
MAGNÓLIA – Você ta louco! Vá, mas não me leve.
JOSÉ – Não podemos reclamar, não estamos passando fome, temos uma casa confortável, agora é trabalhar e viver com o pouco que temos.
MAGNÓLIA – Viva no pouco você! Todas as suas economias de anos se foram, e alem disso ainda está desempregado.
JOSÉ – Deus proverá!
MAGNÓLIA – De onde? Os seus amigos sumiram.
JOSÉ – Se eu precisar eu procuro o Silas.
MAGNÓLIA – Outro que desapareceu, veio aqui com aquela mulher dele, pediu pra você ser fiador, pegou a papelada, nos encheu de promessas e evaporou.
JOSÉ – Mas não sabemos o que aconteceu, se conseguiu realmente abrir a fabrica.
MAGNÓLIA – Vá atrás dele e veja, é a nossa casa que está em jogo.
JOSÉ – Eu vou me informar, o irônico é que você foi a primeira a concordar.
MAGNÓLIA – Eu?
JOSÉ – Sim, você.
MAGNÓLIA – Agora eu sou a culpada.
JOSÉ – O culpado sou eu, porque tenho autoridade dentro do meu lar pra tomar as devidas resoluções, e tentei compartilhá-las contigo e agora fico só como sempre imaginei. (Música – B.O)

NARRAÇÃO – Quando estamos na bênção, os amigos nos conhecem, mas só conhecemos os verdadeiros amigos quando estamos no deserto, sem água, alimento, sem conforto, sem onde reclinarmos a cabeça, e nos decepcionamos em saber que quase ninguém nos ajudará.
As vezes Deus nos deixa nessa situação para chegarmos mais perto Dele, mas na maioria das vezes, isso acontece por causa da dureza e hipocrisia dos irmãos, Ainda bem que existe um amigo que NUNCA falha, que está sempre por perto, seu nome é Maravilhoso, fiel, justo, Príncipe da paz, Jesus Cristo.

CENA 5 – (Luz – José entra desanimado em casa)

JOSÉ – Meu Deus, o que fazer agora? (Entra Magnólia)
MAGNÓLIA – O que foi José?
JOSÉ – Nada. Depois conversamos. (Sai de cena)
MAGNÓLIA – Nada. Telefone cortado, duas contas de luz e de água pra pagar e ainda diz que é nada. Cadê os homens de Deus pra ajudar? Vou pedir o divórcio, isso sim. (Batem a porta) Pois não?
COBRADOR – Seu José está?
MAGNÓLIA – Está sim, seria sobre o que?
COBRADOR – Vim receber o dinheiro de uma encomenda pra casa das crianças.
MAGNÓLIA – Como assim, nós não temos dinheiro… (Entra José)
JOSÉ – Deixa que eu resolvo Magnólia.
MAGNÓLIA – Essa eu quero ver!
JOSÉ – Como está Pardal?
COBRADOR – Bem seu Zé.
JOSÉ – Diga ao seu Armando que hoje eu irei lá e acertarei com ele essa dívida.
COBRADOR – Tudo bem, até lá. (Sai de cena)
MAGNÓLIA – Se livrou bem!
JOSÉ – Não me livrei nada, eu tenho algum dinheiro e vou pagar ao seu Armando que me ajudou muito, pra eu ajudar as crianças.
MAGNÓLIA – E as contas de casa, vai esperar cortar?
JOSÉ – Eu sei que você acha que não devia passar por isso, mas é minha esposa e se eu passo, você também tem que passar.
MAGNÓLIA – Você erra e eu quem pago o pato?
JOSÉ – Eu não errei, tudo o que fiz foi ordenança do Senhor, pra ver se somos fiéis no pouco e já vou te avisando, se for reprovada, não reclame. Agora ponha o joelhinho no chão e vá orar. (Música -B.O)

NARRAÇÃO – Se for fiel no pouco, no muito Deus te colocará. Tentamos viver conforme as ordenanças e regime do mundo e esquecemos que Deus tem o controle de todas as coisas. Tudo está sujeito a vontade do Altíssimo. José tentava se livrar das contas que chegavam a sua casa, dos ataques verbais de sua esposa. E orava esperando uma ação de Deus para seus problemas. O que ele não contava era que algo pior iria acontecer.

CENA 6 – (Luz – José entra desesperado em casa)

JOSÉ – Meu Deus! Meu Deus! Por que isso Senhor? O que eu fiz de errado? Me ajude Jesus, eu não posso perder essa casa, eu não posso obrigar a minha esposa a passar por uma prova dessa. (Entra Magnólia)
MAGNÓLIA – Que prova, Zé?
JOSÉ – Sente-se primeiro, eu já te falo.
MAGNÓLIA – Que cara é essa de enterro?
JOSÉ – Magnólia, eu sei que errei com você, mesmo concordando comigo, eu sabendo de sua fraqueza, não poderia ter concordado com o Silas.
MAGNÓLIA – O que ele fez?
JOSÉ – Ele não pagou os aluguéis e se não pagarmos, perderemos a nossa casa.
MAGNÓLIA – A minha casa? Eu só saio daqui morta!
JOSÉ – Calma, eu vou até o credor e conversarei com ele e chegaremos a um acordo.
MAGNÓLIA – Mas é injusto!
JOSÉ – Eu sei, mas vamos crer que o Senhor está no controle.
MAGNÓLIA – Que controle o que! O ímpio vem, tira de nós, vamos pro meio da rua e você vem me dizer que Deus está no controle?
JOSÉ – Com toda a certeza.
MAGNÓLIA – Você é uma piada!
JOSÉ – Eu só quero fazer o bem as pessoas, e você que está lendo a bíblia, não crê que Deus pode restituir todos os nossos bens, o que é isso pra Deus?
MAGNÓLIA – Não estou mais, desisti. (Pausa) Eu quero o divórcio!
JOSÉ – Enlouqueceu mulher?
MAGNÓLIA – Enlouqueci! Vou embora antes que me internam num hospício.
JOSÉ – Querida…
MAGNÓLIA – Não quero mais saber de nada! Procurou problemas, agora resolva-os. (Sai de cena – Música)
JOSÉ – Quando se faz o bem, sempre acaba sozinho. Quer conhecer alguém, é só vê-los na prova, logo você se alegra ou se decepciona. Eu não tenho saída, ou confio, ou confio. (Batem a porta) Entre! (Entra Manuelito) Manuelito, por onde andava? A paz do Senhor!
MANUELITO – A paz. Oia Zé, eu to invergonhado com que fizemo a oce. Mas te digo uma coisa, o Deus que oce serve é fiel memo.
JOSÉ – Amém.
MANUELITO – Eu não queria fazer nada de mau a oce.
JOSÉ – Eu sei.
MANUELITO – Vim aqui pedir ajuda, mas a minha intenção era da melhor.
JOSÉ – O Senhor conhece os corações e as mentes, eu sei de sua honestidade.
MANUELITO – Taqui minha parte em drobo.
JOSÉ – Mas não precisa me devolver em dobro, eu não cobro juros, não sou agiota.
MANUELITO – Isso é gratidão. Aceita, eu to feliz e recompensado. Brigado por tudo o que feiz por mim. (Abraçam-se)
JOSÉ – Que Deus te abençoe Lito! (Sai de cena) Obrigado Senhor! Me perdoa por ter pensado mal do irmão, por breves momentos, ter me irado. E sei que isso é apenas o inicio do que vem por ai. (Música – B.O)

NARRAÇÃO – Foi apenas o início da restituição. A bíblia diz: “Os sinais seguirão aos que crerem” José recebeu em sua casa todos os que o deviam, eles vieram, um por um, pagar suas dividas, pois o Senhor fez isso, os incomodou e ordenou que fossem. Restituiu sua casa, suas economias e disse a José: “ Se aparecer alguém pedindo ajuda, ajude-o e não tema, pois estou contigo “. O Senhor visitou sua esposa em sonho e mudou seu pensar e seu falar. José que sempre confiou na ação de Deus, estava feliz e mais experiente.

CENA FINAL – (Luz – José e Magnólia na sala)

MAGNÓLIA – Querido, por que Davi pecou se ele tinha um coração parecido com o de Deus?
JOSÉ – A bíblia relata sobre todos os acertos e erros de seus profetas, Deus não esconde nada, mostra que o homem é falho, e que se não for por Ele, nada somos.
MAGNÓLIA – E o coração, por que era igual?
JOSÉ – porque Davi era um adorador, ele adorava a Deus como poucos, mas infelizmente errou pecando contra a santidade do Altíssimo. Deus olhou lá dentro e viu que Davi o amava da maneira que Ele nos ama. Hoje Deus continua buscando adoradores, mas como estamos vivendo o tempo da apostasia, está difícil Ele achar adoradores.
MAGNÓLIA – Por que Pedro traiu Jesus?
JOSÉ – Por vários motivos, fraqueza, dúvida, solidão, e por não conhecer a ele próprio, por isso o Senhor Jesus disse: Hoje mesmo, antes que o galo cante, três vezes me negará. O Senhor conhecia Pedro melhor que ele mesmo e foi por isso que ele teve que receber o Espírito Santo para que nunca mais negasse ao Senhor.
MAGNÓLIA – Que maravilhoso ouvir a palavra de Deus!
JOSÉ – Deus é fiel e sempre será, o que precisamos é confiarmos mais Nele, porque a dúvida gera incredulidade e isso entristece a Deus.
MAGNÓLIA – Eu quero ser fiel ao Senhor! Sei que Ele realizará todos os meus sonhos.
JOSÉ – Todos temos sonhos, mas o meu maior sonho é ver Deus como Ele é. (Música aumenta – B.O)

NARRAÇÃO FINAL – Quando o Senhor Jesus estava curando, multiplicando e fazendo milagres, ao seu redor havia sempre uma multidão, com isso o Senhor nunca estava só, alem desses, seus doze amigos discípulos, o acompanhava; um na verdade, Ele mesmo disse que era seu amigo, o discípulo João; aos outros Ele disse que não os chamariam mais servos e sim amigos. Mas, quando o Senhor estava na cruz, Ele olhou lá de cima e não viu nenhum deles, como se perguntasse: Onde estão meus amigos? Ele viu somente Maria e um de seus irmãos, pois todos o tinham abandonado. Pedro o negou três vezes, e assim o Senhor sofreu todo o martírio e morreu só, sem aqueles que conviveram por três anos ao lado do mestre. Jesus derramou seu precioso sangue puro e imaculado e ao terceiro dia ressuscitou. Hoje temos sua companhia através de seu Espírito Santo, como um verdadeiro,
precioso e único amigo.

Fim
Escrito por Nan Breves, em Setúbal – PT entre 15 de Fevereiro a 05 de Março de 2010
Todos os Direitos Reservados@

Ministério Profissional Atores de Cristo – Brasil – Portugal

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