Todos os anos lembramos o Dia das Mães com muitas flores, beijos, sorrisos e, em algumas famílias, muitos presentes.
Nesta peça queremos ajudar a refletir sobre as mães que perderam ou estão perdendo seus filhos nas guerras e outras violências.
PREPARAÇÃO
No palco, rosas murchas espalhadas pelo chão e uma música instrumental que ajude a reflexão (veja a dica no final).
Após alguns instantes, entram dois personagens. A primeira, caracterizada como mãe de uns 30 anos vestindo roupas sujas de sangue. A outra, uma mãe idosa de bengala. Elas andam pelo palco procurando seus filhos. Gritam o nome deles, mas sem resposta. Após algum tempo, declamam para o público.
PRIMEIRA CENA
Mãe Idosa: (lenta e reflexiva) Já se foram muitos anos, mas ainda parece-me que estou ouvindo suas primeiras palavras: “ma-mãe”. Que alegria! Nascia em mim uma nova mulher. Uma mulher guerreira, apaixonada, mais carinhosa… Era meu primeiro filho dos seis que vim a ter nos 27 anos seguintes de minha vida… (ouve-se a voz de criança gritando: Mãe, vem me procurar!!!) … eles estavam sempre juntos de mim, e eu os tinha (ela chora). Sentia-me uma rosa que segurava entre suas pétalas o pólen da vida, mas hoje… mas hoje (ela olha para os lados tentando procurá-los) não os tenho… foram com o vento do esquecimento… não os tenho mais… (entre soluços, sai procurando e chamando pelo nome de seus filhos).
VOZ: Largadas e esquecidas são elas… mães idosas, mães abandonadas. Corações tenros e amaciados pela alegria de possibilitar o nascimento da vida, hoje só lhes resta a amargura e a solidão materna. Mães esquecidas por filhos preocupados com o sucesso, com a ambição… Esquecidas… Apenas e somente: esquecidas!
MÃE SOFRIDA: (em tom de indignação) Maldita guerra estéril que rouba nossos filhos cheios de vida e nos devolve corpos… sem vida. Suga o ar juvenil de nossos rebentos que cultivamos durante os anos em que eram desprotegidos, e agora os colocam diante do fogo que devora sem piedade… (ouve-se a voz de um adolescente: Mãe, dorme comigo, eu estou com muito medo!). Oh, violência infeliz! Oh, maldita droga! (choro de indignação). Sim, vocês arrancaram e destruíram nossos filhos queridos!
VOZ: A guerra, o narcotráfico, a violência, a ambição levam todos os dias milhares de filhos e filhas, deixando mães órfãs e sem mais sentido para viver. Basta! Até quando teremos que ver mães chorando a ausência de seus filhos? (com intensidade) Ao final da frase, as duas mães que estão no palco ficam “congeladas”.
SEGUNDA CENA
Entra um casal de irmãos olhando juntos um álbum de fotos. Eles apontam as fotos, sorriem e fazem comentários.
IRMÃ: Olhe só essa aqui mano, a mãe se atirando no chão pra pegar algumas balas no aniversário do Henrique, parece uma criança…
IRMÃO: Isso porque nós tínhamos vergonha de pegar (a irmã perde o sorriso).
IRMÃO: Veja a festa dos 25 anos de casamento dela com nosso querido papai. Foi uma festa maravilhosa. Mas, observe bem, irmã, ao contrário do papai, a mamãe me parece tão triste…
IRMÃ: E não era por menos Carlos, naquele dia mamãe completava 5 anos de muitas saudades de nosso irmão Joaquim, falecido por causa das drogas…
IRMÃO: Pobrezinha, sempre deu toda sua vida, suas energias, seu amor por nós. Veja essa foto que o Joaquim bateu, ela estava dormindo no chão ao lado da minha cama. Passei dois dias doente e ela sempre ao meu lado.
IRMÃ: Agora tudo mudou: Nossa vida não é mais a mesma sem a mamãe.
IRMÃO: Ah, minha irmã, o asilo é uma faca que até hoje me corta o coração. Nossas preocupações egoístas permitiram que nossa idosa mãe passasse seus últimos dias só… sem… (ele abraça a irmã e ela o conforta).
IRMÃ: … sem amor, Carlos… sem amor.
Eles “congelam” abraçados. As duas mães voltam a procurar pelo palco seus filhos, chamando-os.
TERCEIRA CENA
Entram 5 jovens, cada um com uma letra da palavra MAMAE. Ficam lado a lado formando a palavra e, na ordem, declamam um a um avançando um passo.
M: Mulher! Mãe é, acima de tudo, mulher, valente, sensível, doce e corajosa.
A: Amorosa! Ama incondicionalmente seus filhos e marido. Verdadeira expressão do amor de Deus.
M: Maravilhosa! A exemplo de Maria, as mães são um poço de maravilhas.
A: Afetuosa! Como ninguém, as mães são as companheiras mais desejáveis de qualquer criança.
E: Especial! As mães são especiais e a elas se voltam nossos olhares neste dia tão especial.
Após a última letra, as mães que estavam “congeladas” se dirigem até os jovens que formam a palavra MAMAE e reformulam as letras formando a palavra AMAME. Logo em seguida declamam.
MÃE SOFRIDA: Ainda sou mãe. Sou idosa, mas sou mãe. Ganhei o diploma de Avó, mas ainda sinto vontade de pegar meus filhos no colo e protegê-los com todo o meu amor. O que mais quero é que não esqueçam de mim… AMAME, meu filho; AMAME, minha filha!
MÃE SOFRIDA: Não permitamos que mais mães se tornem órfãs de filhos e vivam a lembrança das terríveis e estéreis guerras, violências, sequestros, drogas… Tudo isso separa a árvore de seus frutos.
Neste momento os jovens que estavam “congelados”, juntamente com os outros, se aproximam das duas mães e as abraçam oferecendo-lhes rosas vivas e bonitas. Enquanto isso os personagens e o público cantam uma canção conhecida ou tocam uma música relacionada ao momento.
DICAS:
Podem ser usadas várias músicas de acordo com o momento, contudo indico para a abertura deste teatro a música Adágio, de T. Albinoni, que se encontra no CD gravado pelas Paulinas: “Momentos de Paz”, de Eduardo Assad.
As mães devem ser bem caracterizadas, disso depende também o êxito do teatro. Muita criatividade!
Preparem um pequeno texto como oração ou mensagem e distribuam para as pessoas presentes para que todos possam rezar juntos no final da apresentação.
Minha última dica é, ensaio, ensaio e mais ensaio.
Não deixem de ensaiar e treinar bem as falas para que tudo flua como manda a arte cênica. Até a próxima.
Fonte WEB – Site não mais disponível