ABRINDO MÃO

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Monólogo contemporizado, inspirado na parábola do Filho Pródigo – Lucas 15:11 a 32
Filho de empresário, ia tudo bem até que, no início da faculdade, entre muitas festas, infrações no trânsito há o rompimento com o pai.
Tráfico de drogas, cadeia, degradação da vida.
A pena cumprida, a volta da liberdade…

Orientações: Dramatizador vestido como um jovem contemporâneo.
Narra o texto em tom triste e melancólico com breves momentos de sorriso forçoso e sem alegria.
O texto embora tenha um final positivo, não é feliz porque as marcas ainda doem.
Dramatizado, depois complementado com comentários…

Texto:
Eu era um cara comum e tinha uma vida confortável.
Meu pai sempre foi bem-sucedido nos negócios.
Ele dizia que se tratava de bênçãos de Deus, mas sempre achei que era devido a sua dedicação e o gosto pelo trabalho.
Isso propiciou para que eu estudasse em boas escolas. Lembro que do jardim da infância até a quarta série estudei numa escola que os professores sempre sorriam para os alunos, até mesmo os mais levados.
Eu gostava de estudar naquela escola! Era bem divertido estudar naquela escola (pausa)…
Da quinta série ao terceiro ano do segundo grau estudei noutra escola.
No começo foi um choque. Afinal, trocar os brinquedos do parquinho de uma escola pelo laboratório de química e física da outra não é fácil (pausa)…
Às vezes tenho saudades daquele tempo.
Dos meus amigos, três eram os mais chegados:
O Renato, o Clóvis e o Marcos.
No segundo grau éramos inseparáveis.
Achávamos que nunca nos afastaríamos uns dos outros. Essa ideia durou até o terceiro ano.
Acho que foi depois de ouvir uma palestra, sobre vocação profissional com uma psicóloga. Naquele dia percebemos que trilharíamos caminhos diferentes.
Marcos queria ser químico. Nunca vi alguém gostar tanto dessa matéria.
Clóvis queria ser engenheiro. E Renato pensava em medicina, mas optou por matemática. Foi bem melhor assim, eu que não iria me consultar com um médico como ele.
Quanto a mim, queria ser igual a meu pai, por isso optei por fazer administração de empresas.
Meus pais sempre me apoiaram em minhas decisões e esta, os deixou muito felizes.
Depois que passei no vestibular tive uma surpresa… Ganhei um carro de meu pai. E para estrear o carro fomos a uma
Pizzaria. Foi a última vez que saímos juntos.
Dois anos se passaram num piscar de olhos.
Conheci tanta coisa nova; arrumei amigos novos; ia a festas todos os finais de semana; adorava participar de pegas depois das aulas.
Meu pai sempre foi paciente… Até as multas começarem a chegar em minha casa, por direção perigosa e outras infrações. O conflito foi inevitável.
Foi então que escolhi sair de casa. Aluguei uma quitinete e toquei a vida. Bem!
Toquei a minha vida até o limite dos meus cartões de crédito, depois daí, foi a vida que me tocou como ela queria.
Vendi o meu carro, depois de ter subornado um funcionário do DETRAN para sumir com multas.
Continuei a vida sem dar muita bandeira que meu dinheiro estava acabando.
Quando me perguntavam pelo carro, dizia que estava na oficina.
Enfim o dinheiro acabou.
Acabaram-se também os convites para as festas; as amizades já não eram as mesmas; o dono da quitinete me pedia para desocupar o imóvel por falta do pagamento do aluguel.
Num determinado dia conheci o Leléco.
O que eu não sabia é que o Leléco já me conhecia há muito tempo.
Fazia meses que ele tirava o meu serviço.
Foi na biblioteca que ele se aproximou e me convidou para fazer um lanche, falei que não queria por estar liso, mas ele insistiu dizendo que pagava.
Sem deixar transparecer que há mais de um dia eu não comia nada, aceitei o convite.
No meio do lanche conversa vai, conversa vem, ele me propôs um trabalhinho que seria grana fácil. No desespero de causa, acabei aceitando.
Trabalhinho esse que no dia seguinte eu estava sendo preso por transportar meio quilo de cocaína.
Não teve apelação, fui direto para o presídio. Quando coloquei o pé lá dentro já sabia que era o meu fim.
Ao chegar à minha cela a primeira coisa que ouvi foi uma voz que dizia: tem carne nova de playboyzinho aqui dentro.
Na realidade, nem cara de rico eu tinha mais, mas parece que os presos advinham pelo cheiro quem não é filho de pobre.
Na primeira noite fui espancado e abusaram de mim.
Por ser réu primário, fiquei preso dois anos, onde um ano foi de abuso diário. Eu era tratado e me sentia como um lixo.
Quando saí vi estampado nos rostos das pessoas os sentimentos que nutriam pelos ex-presidiários. Parecia que aqui fora as pessoas conhecem pelo cheiro quem esteve lá dentro.
Sem saber ao certo para onde ir, andei pela rua e ao passar por uma vidraçaria vi o meu reflexo num espelho grande que
estava na frente da loja. Fazia mais de um ano que eu não via o meu próprio reflexo. Eu estava tão acabado que nem me reconheci.
Olhei-me por alguns minutos e fui para uma praça e me sentei num banco.
Foi então que veio a mente a lembrança de meu pai no dia que soube que passei no vestibular. Fazia quase três anos que não via a minha família (pausa)…
Tive saudades!
Tive a ideia de passar na rua que morava só para ver se eles ainda moravam lá.
Quando entrei na rua, um vizinho que ia saindo me reconheceu e correu para dentro de sua casa novamente; pensei que
fosse por medo. Mas era par a ligar para meu pai para dizer que me viu entrar na rua.
Antes mesmo de chegar ao meio da rua, notei que o portão da minha casa abriu-se bruscamente e antes que pudesse perceber o que estava acontecendo, estava meu pai agarrado em meu pescoço chorando e dizendo: “meu filho, graças a Deus que você voltou”.
Com o alvoroço todos os vizinhos saíram de suas casas e ouvi quando um disse, “isso é que é pai (…) esperou todo esse
tempo”.
Nós entramos em casa, minha família me tratou como se nada houvesse acontecido.
Até aquele momento eu não tinha dito nem uma palavra, foi quando minha mãe tomou a iniciativa me perguntando se eu
queria falar alguma coisa.
Respondi que sim.
Ela se pôs ao lado do meu pai e eu me atirei aos pés deles pedindo perdão.
Eles se ajoelharam junto comigo, dizendo que aquilo já era passado.
Hoje, é triste lembrar como a gente acaba abrindo mão das coisas mais importantes que temos, para correr atrás de ilusões. (termina agachado, chorando e soluçando. Enquanto a luz vai baixando [meia-luz])
Música: Bendito Serás – Ministério Apascentar [1°parte e refrão].
Após música apagam-se as luzes).

Pregador
Ao acender as luzes do templo ou do palco faz a leitura do texto do evangelho de Lucas 15:11-32.
Os comentários podem ser do tipo devocional destacando a relação do ser humano que se afasta de Deus. Este espera a volta do filho pródigo. Poder ter um caráter ético familiar. Pode também tem a conotação ético devocional em que nossas escolhas afetam nosso relacionamento com Deus, dentre outras aplicações.

EDIVALDO ROCHA

 

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BENDITO SERÁS
Ministério Apascentar de Louvor (Toque No Altar)

Não, este não pode ser teu fim
Não é o que Deus sonhou pra ti
Não podes aceitar
Ver tua família se acabar
Tua esperança se apagar, tua fé esmorecer

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Blog do autor Instantes com Deus

Obs: Este monólogo pode ser apresentado em eventos evangélicos com a obrigação da menção da autoria e sem fins lucrativos

 

Autores:
davikr