A CASA DE MEU PAI

Zelina sempre conta para seu irmão Luís, coisas maravilhosas sobre a Casa do Pai.
Luís é um menino pobre que está sempre com seu realejo.
Um dia Luís sai a procura da Casa do Pai, anda muito, passa por um sítio, encontra uma menina que quer ir também até lá…

PERSONAGENS:
Luís, menino pobre;
Zelina, irmã mais velha de Luís;
Sílvia, menina do sítio;
Mário, pai de Sílvia;
Pim-pim, periquito de Luís (realejo);
crianças para a figuração.
FIGURINOS: Todos com roupas comuns de crianças. Apenas Luís e a irmã usam  roupas bem velhas.
CENOGRAFIA:
Cenário l – Uma praça, um banco de jardim e um fundo pintado com árvores.
Cenário 2 – Sítio de SÍLVIA:  aproveitar o cenário anterior, apenas tirando o  banco.
Cenário 3 – Porta da casa do Pai, com a placa “BEM-VINDO, MEU FILHO”.
SONOPLASTIA: Música do realejo e outras, à escolha.
ATO UM – CENÁRIO l
(A praça está cheia de crianças que olham o periquito de Luís, dentro da gaiola. Luís, com a manivela, faz o realejo tocar.)
LUÍS:  Quem vai tirar a sorte? Quem vai tirar a sorte?
(As crianças se movimentam, agitadas, e todas querem tirar um papelzinho.)
CRIANÇAS:  Eu! Eu! Eu! Eu!
LUÍS:  Calma, gente; o periquito vai tirar a sorte de todo mundo.
(A confusão continua, até que chega Zelina.)
ZELINA: Oi, mano, já são quase 6 horas. Não está em tempo de você ir para casa? Mamãe está nos esperando.
LUÍS:  Está sim, Zelina. É isso aí, pessoal. Por hoje chega! O Pim-pim já está sem voz de tanto cantar. Amanhã tem mais.  (As crianças saem do palco, deixando apenas Zelina e Luís, que se sentam no banco.)
LUÍS:  Zelina, eu sei que você também trabalhou o dia inteiro, mas… Não dá para falar da casa de nosso pai, já que eu não o conheci?
ZELINA: (faz um carinho no irmão) Dá sim, Luís. Você sabe que eu não sei lhe dizer não.
LUÍS: (recosta-se na irmã): Conte tudo de novo o que você já contou!
ZELINA: Tá bem. Lá, na casa do Pai, tem tudo de bom que você pode querer: Uma cama supermacia, com lençóis limpinhos e, quando faz frio, tem um  cobertor enorme que dá pra esquentar o mundo inteiro.
LUÍS:  O mundo inteiro?
ZELINA: É.
LUÍS:  Mas na casa do pai cabe tanta gente assim?
ZELINA: Cabe. A casa do Pai é diferente das outras. Conforme vai entrando gente, ela vai crescendo.
LUÍS:  Que mais que tem lá?
ZELINA: Tem uma geladeira gigante, cheia de comida gostosa. Tem arroz, daquele bem soltinho, feijão do mais gostoso, frutas, doces, chocolates…
LUÍS:  Mas, Zelina, quem é que cuida de tudo isso? O pai tem empregada?
ZELINA: Não, Luís. Eu já disse que a casa do Pai é diferente. Ela funciona-sozinha. Conforme a comida vai acabando, outras novas vão surgindo. Ele providencia tudo.
ZELINA:(olha o relógio): Luís, vamos embora. Já é tarde!
LUÍS:  Qualquer dia eu vou para lá, Zelina. É muito longe?
ZELINA: Não, Luís, mas também não é perto.
LUÍS:  No dia em que eu for, como vou saber que casa é, se você não tem o  endereço?
ZELINA: Não precisa. Na porta da casa do Pai tem uma placa onde se lê: “Bem-vindo, meu filho”.
(Os dois saem e a cortina se fecha, abrindo-se logo em seguida. Luís entra com o realejo para mais um dia de trabalho.)
LUÍS:  Nossa, o tempo passa tão depressa! Já faz um mês que minha irmã Zelina foi embora com a patroa, trabalhar noutra cidade! Eu tenho tanta saudade  dela, de ouvir ela contar sobre a casa do nosso pai…
(Enquanto Luís pensa alto, entram as crianças para tirarem a sorte no  realejo. Luís faz funcionar a música. As crianças se movimentam bastante, até que Luís resolve dar um aviso.)
LUÍS: (subindo no banco): Atenção, criançada. De amanhã em diante, vocês não  vão mais me encontrar aqui.
Alguém da turma pergunta alto: Por quê?
LUÍS:  É que eu vou sair por aí até encontrar a casa do meu pai.
Alguém pergunta: E seu pai mora longe?
LUÍS:  Minha irmã disse que não é perto nem longe, mas que eu vou achar fácil.
Alguém pergunta: E o realejo?
LUÍS:  Ele vai comigo. Quando chegar na casa do meu pai, vou mostrar-lhe como o Pim-pim canta bem.
(Luís desce do banco, pega o realejo e vai saindo.)
LUÍS:  Então, tchau, amigos. Quando eu voltar, quero encontrar todos vocês aqui para tirar a sorte.
(As crianças ficam dando adeus ao menino, enquanto a cortina vai se fechando.)
ATO DOIS – CENÁRIO 2
(Luís entra carregando o realejo. Cansado, senta-se no chão.)
LUÍS:  Puxa, a Zelina disse que a casa do meu pai não era longe, mas eu já to  andando faz três dias e ainda não cheguei!
(Entra Sílvia.)
SÍLVIA:  Oi. Quem é você e o que está fazendo aqui no meu sítio?
LUÍS:  Aqui é seu sítio, é? Eu sou Luís.
SÍLVIA:  É, mas não faz mal. Eu sou a Sílvia. O que é essa gaiola na sua mão?
LUÍS:  E o meu realejo. Com ele é que eu trabalho.
SÍLVIA:  Ai, que legal! Toca um pouco pra mim?
(Luís faz funcionar o realejo.)
SÍLVIA:  Que lindo! Vou pedir ao meu pai para deixar você dormir aqui no sítio hoje, assim pode mostrar o realejo pra todo mundo. Você quer?
LUÍS:  Seria bom, mas é que estou indo pra casa do meu pai e ainda tenho muito para andar.
SÍLVIA:  Seu pai mora muito longe?
LUÍS:  Nem longe nem perto.
(Sílvia faz cara de espanto e insiste para o menino ficar. Sílvia chama o pai.)
SÍLVIA:  Paiê! Paiê!
(Entra o pai.)
MÁRIO: Diga, minha filha!
SÍLVIA:  Papai, este é o Luís; ele toca realejo. Ele pode dormir aqui no sítio hoje?
MÁRIO: Pode ficar, mas só hoje.
(Mário sai e Sílvia fica ouvindo o realejo e conversando baixinho com Luís, até que ouve o pai chamá-la.)
MÁRIO: (em off) Sílvia! Sílvia! Venha para dentro!
SÍLVIA:  É o meu pai, Luís. Tenho de ir. Durma ali no estábulo, está bem?
(Sílvia sai e Luís acomoda-se, com o realejo. A cortina se fecha. Dia seguinte: a cortina se abre e entra Sílvia, saltitando. Luís acorda.)
SÍLVIA:  Oi, Luís. Dormiu bem?
LUÍS:  Dormi. Só que já vou indo, Sílvia. Preciso encontrar a casa do meu pai.
(Sílvia fica triste.)
SÍLVIA:  Luís, eu quero ir com você!
LUÍS:  Mas, Sílvia, eu nem sei onde é. E se levar muito tempo pra achar, seus pais vão morrer de preocupação!
SÍLVIA:  Leve-me com você, Luís. Tenho certeza de que antes do anoitecer estaremos de volta.
(Luís se levanta e sai com Sílvia. A cortina se fecha.)
ATO TRÊS – CENÁRIO 3
(Vê-se a porta, onde se lê “Bem-vindo, meu filho”.)
LUÍS:  (gritando) Sílvia, Sílvia, encontramos a casa do meu pai! Olha lá a placa, como a Zelina disse que tinha!
SÍLVIA:  Quem é a Zelina?
LUÍS:  E minha irmã mais velha, de quem gosto tanto e que não vejo há muito tempo!
SÍLVIA:  Por que ela não veio com você?
LUÍS:  Ela foi embora com os patrões, mas disse que eu iria encontrar a casa do nosso pai.
SÍLVIA:  Será que seu pai não vai achar ruim de eu ter vindo junto, Luís?
LUÍS:  Que nada! A casa dele vai aumentando conforme vai chegando gente. E tem comida sempre na geladeira, e tem muito doce e chocolate. Aqui ninguém fica doente e…
(Sílvia o interrompe.)
SÍLVIA:  Puxa, Luís, a casa do seu pai é mesmo incrível!
(Enquanto falam, chega Zelina.)
ZELINA: Alô, pessoal!
(Luís grita de alegria e abraça a irmã.)
LUÍS:  Zelina, Zelina, que saudade! Como é que você veio visitar nosso pai no mesmo dia que eu? Esta é a Sílvia.
(Zelina cumprimenta Sílvia.)
ZELINA: Oi, Sílvia!
SÍLVIA:  Oi!
ZELINA: Você gosta muito da Sílvia, não é, Luís?
LUÍS:  Sim. Eu a conheci ontem, mas parece que vivi com ela a vida inteira.
ZELINA: Eu vim aqui hoje,porque sabia que ia encontrar você. E que eu tinha me esquecido de lhe dizer que na casa do nosso Pai, além de ter sempre comida e agasalho, podemos também encontrar todas as pessoas que amamos.
LUÍS:  Todas mesmo?
ZELINA: Todas.
LUÍS:  E elas podem ficar aqui com a gente?
ZELINA: Na casa do Pai, a distância não existe, Luís. Estamos sempre perto um do outro.
(Terminando de falar, Zelina sai de cena. Sílvia olha no relógio e se espanta.)
SÍLVIA:  Luís, tenho de voltar.
LUÍS:  Mas você não ia ficar aqui comigo?
SÍLVIA: (saindo) Lembre-se do que Zelina disse: “Na casa do Pai não existe distância. Estamos sempre perto um do outro”. Adeus.
(Sílvia sai de cena, deixando Luís pensativo.)
LUÍS: (dirigindo-se ao público): Já sei quem é esse pai que tem casa pra todo mundo e permite que as pessoas vivam próximas umas das outras. E o Pai do céu! Além de agradecê-lo por tudo isso, devemos agradecê-lo pelo pai que deu a cada um de nós. Por falar nisso, vamos dar um abraço e um beijo em nosso pai, pelo seu dia? Não se esqueça de dizer-lhe que você o ama muito, tá?
(Colocar alguma música referente ao dia, enquanto a cortina vai se fechando.
Todos voltam ao palco e se abraçam.)

Fonte: Cantinho do Professor da EBD

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