(Inspirado na obra de Adriano Ferreira)
PERSONAGENS:
Paulo Doron, pai omisso na criação da filha Elizabeth que se torna rebelde.
Anita teve a filha Elizabeth na adolescência, omissa, não dá a mínima pra sua criação.
Elizabeth, filha de Paulo e Anita, sente falta da compreensão dos pais e cresce revoltada.
Joana, Fabíola e Gretchen, amigas perdidas que a levam para as drogas.
Sílvio, amigo de Elizabeth, tenta ajudá-la a sair da vida de perdição a que vive.
Ministério Atores de Cristo : São Paulo – Brasil
CENA 1 : (Música : Luz em Elizabeth na sala assistindo desenho na TV)
ELIZABETH : (Rindo) Esse pica-pau é muito engraçado! (Entra Anita sua mãe)
ANITA : Toma vergonha nessa cara, vai arrumar um namorado em vez de ficar vendo desenho.
ELIZABETH : Mãe, eu tenho somente 14 anos, não tenho idade pra namoro.
ANITA : Eu com sua idade já estávamos te esperando.
ELIZABETH : Mas eu não sou você!
ANITA : Então vai arrumar um emprego ou alguma coisa pra fazer.
ELIZABETH : Eu vou pra escola.
ANITA : Então vai.
ELIZABETH : Ta cedo mãe!
ANITA : Então me ajuda na limpeza da casa.
ELIZABETH : Eu já arrumei meu quarto e a sala. Você não gosta de me ver em casa mesmo né?
ANITA : Não é isso, é que me incomoda vê tanta vagabundagem.
ELIZABETH : A senhora é igual ao pai.
ANITA : Em que sentido?
ELIZABETH : Todos os sentidos, não me deixam em paz, fica me expulsando de casa.
ANITA : Seu pai está trabalhando pra te sustentar e você o que está fazendo pra ajudar?
ELIZABETH : Mas o que eu posso fazer?
ANITA : Na sua idade…
ELIZABETH : Chega mãe! Eu não aguento mais esse sermão, na minha idade, deixa eu ser adolescente, sou jovem ainda, a senhora não entende…
ANITA : Duas coisas eu te digo, nunca mais grite comigo e não me chame de senhora, eu não sou velha.
ELIZABETH : Isso não é ser velha, é respeito, mas eu esqueci que você não gosta de ser respeitada porque nunca respeitou seus pais.
ANITA : Ainda sou muito jovem e pra mim isso é envelhecer e eu odeio a velhice.
ELIZABETH : O pior é que ninguém tem saída, uma hora ela chegará.
ANITA : cala a boca e nem diga lá na rua que é minha filha, assim ninguém saberá que tão nova já sou mãe.
ELIZABETH : Tem vergonha de mim, mãe?
ANITA : Prefiro não te responder. (Música)
ELIZABETH : Dizem que cada um tem os pais que merece, talvez eu mereça.
ANITA : E levante as mãos pro céu porque somos muito bons pra você.
ELIZABETH : To indo.
ANITA : Não vai comer?
ELIZABETH : Não, eu to sem fome.
ANITA : É melhor que sobra mais pro seu pai.
ELIZABETH : É, deixa pro pai, ele precisa mais que eu. (Música – Sai de cena : B.O)
CENA 2 : (Música : Luz : Paulo na sala assistindo TV, entra Elizabeth vindo da escola)
ELIZABETH : Oi pai!
PAULO DORON : (Fala seco) Oi.
ELIZABETH : O senhor viu a mãe?
PAULO : Não sei. Deixa eu ver isso aqui.
ELIZABETH : Hoje tirei nota alta na prova…
PAULO : Tá.
ELIZABETH : As minhas amigas não acreditaram…
PAULO : (Gritando) Dá pra deixar eu ver essa droga de jogo?
ELIZABETH : Mas eu to falando das minhas notas…
PAULO : O que me interessa suas notas, grande coisa, se fosse à faculdade…
ELIZABETH : Eu achei…
PAULO : Aqui nessa casa você não acha nada.
ELIZABETH : Pai, eu vou chegar à faculdade.
PAULO : Como? Nesse Pais de ladrões? Aqui só estuda quem já é rico, pobre não tem vez, por isso os políticos estão tentando matar a fome do povo em vez de dar estudo, estudar com fome ninguém estuda.
ELIZABETH : Eu sei que o senhor é revoltado com o sistema, mas eu vou vencer, eu prometo.
PAULO : Prometa a você e não a mim, olha pra você e mais ninguém.
ELIZABETH : Mas pai, eu quero…
PAULO : Chega! Vá pro seu quarto e me deixe assistir o jogo. (Música : B.O)
CENA 3 : (Luz : Elizabeth no telefone, entra Paulo e Anita)
ELIZABETH : (No telefone) Na quinta a gente se vê lá no arraial. Eu não fumo besta, nada, nada, e nem bebo. Ta bom, a gente se fala na quinta, beijo. (desliga)
PAULO : Eu não quero saber de namorico com esses moleques, viu?
ELIZABETH : O Sílvio não é moleque, ele é meu melhor amigo.
PAULO : Onde já se viu uma menina ter amigo homem?
ELIZABETH : Mas eu tenho pai.
PAULO : Vai ficar uma semana de castigo se eu te pegar com qualquer moleque.
ELIZABETH : O senhor fala como se ligasse pra mim.
PAULO : Vamos calar essa boca senão começa agora o castigo.
ELIZABETH : (Fala murmurando) Eu vou acabar indo embora dessa casa…
PAULO : O que disse menina?
ELIZABETH : Nada não pai!
PAULO : Então vai pro quarto agora mesmo e sem um pio.
ELIZABETH : Mas, mãe faça alguma coisa.
ANITA : Você ouviu o seu pai, vá logo de uma vez menina. (Elizabeth sai chorando)
PAULO : Você precisa dá um jeito nessa menina, anda muito solta.
ANITA : E você com isso?
PAULO : Como assim eu com isso?
ANITA : Você não dá a mínima pra menina, agora quer prendê-la, com que intenção?
PAULO : A vida ai fora tá muito violenta, eu não quero nenhum mal pra ela.
ANITA : Pra mim isso é passageiro, você continua não dando a mínima.
PAULO : E você mãe modelo, cuida dela como devia?
ANITA : Eu faço o que posso filho você cria e depois ainda batem na sua cara.
PAULO : Na minha se bater perde a mão.
ANITA : Eu não estou dizendo literalmente, eu digo que amanhã ela troca os pais por qualquer homem e ainda viramos avós obrigados e babás.
PAULO : Se chegar aqui grávida eu coloco no meio da rua.
ANITA : Eu também! (Música : B.O)
NARRAÇÃO : Três meses se passaram, Elizabeth estava cada dia mais ligado às amigas e completamente nas drogas.
CENA 4 : (Luz : Elizabeth na Rua com Joana, Fabíola e Gretchen)
EL,/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;/;~~;I0ZABETH : Eu preciso falar com o Sílvio, vou até a casa dele.
JOANA : Pra que Beth, espera que o Rodolfo ta trazendo o barato pra nós.
ELIZABETH : Eu sei, mas vou lá rapidinho e volto.
JOANA : Tá querendo amarelar é?
ELIZABETH : Claro que não, eu vou e volto, a Fabíola vai comigo pra agilizar.
FABÍOLA : Tudo bem, eu vou com ela.
GRETCHEN : Pra mim as duas vão amarelar, eu não concordo.
JOANA : Também não!
ELIZABETH : Eu tenho cara de quem amarela?
GRETCHEN : Isso não vem ao caso, é atitude, mandamos encomendar, agora temos que esperar o Rodolfo e pagar pra ele.
ELIZABETH : Mas taí a grana, pega com ele e me esperem voltar.
GRETCHEN : Olha aqui Elizabeth, se quer ir pode ir, mas a Fabíola não vai, eu sei que você vai se encontrar com o Sílvio que é crente, isso porque você deve tá com a consciência pesada por ter usado droga e agora quer pular fora.
JOANA : também acho, porque essa droga de hoje é muito forte e vai te enlouquecer… Tá com medo Beth?
ELIZABETH : Claro que não! Tudo bem, eu fico, pegamos a droga usamos e depois eu vou ver meu amigo.
GRETCHEN : Tá fechado! (Música : B.O)
CENA 5 : (LUZ : Sílvio indo na casa da Elizabeth, Anita e Paulo na sala)
ANITA : (Sílvio batendo a porta) Já vai!
PAULO : Quem será perturbando uma hora dessas?
ANITA : (Abrindo a porta) Pois não, o que deseja?
SILVIO : Oi dona Anita, é o Sílvio, amigo da Elizabeth.
ANITA : Oi Sílvio, o que deseja?
SILVIO : Desculpa incomodar…
PAULO : Já incomodou!
SILVIO : Mil desculpas seu Paulo.
PAULO : O cabra sabe até meu nome.
SILVIO : Eu só passei pra saber da Elizabeth…
PAULO : Foi viajar.
SILVIO : Ela viajou, mas não me disse nada.
PAULO : E precisava? Ela é dona do próprio nariz.
ANITA : Olha Sílvio a Elizabeth saiu de casa e não sabemos pra onde foi, disse que ia viajar por ai com uma amigas.
SILVIO : As únicas amigas que ela tinha eram da pesada, eu avisei a ela pra sair fora, mas se conselho fosse bom…
ANITA : Se souber alguma coisa me avise.
SILVIO : Mas vocês procuraram saber pra onde ela foi, sei lá tentaram ver com alguém seu paradeiro?
PAULO : E você acha que temos tempo a perder com a Elizabeth, aquela ingrata?
SILVIO : Seu Paulo, filho é herança de Deus, essa idade é a pior de todas e temos que cuidar com mais carinho.
PAULO : Você está querendo me ensinar a cuidar de minha família?
SILVIO : Claro que não, só estou preocupado com ela.
PAULO : deixa ela viver, um dia ela volta.
SILVIO : Como tem tanta certeza? Hoje tem tanta violência, só Deus pra livrar.
PAULO : Eu vou dormir que ganho mais. (Sai de cena)
ANITA : Boa noite Sílvio, deixa nas mãos de Deus, ele cuida.
PAULO : A senhora crê mesmo que Deus cuida, quando Ele diz pra cuidarmos, um dia Ele vai requerer a herança que deu a vocês e como será?
ANITA : Você acha mesmo que filho é herança de Deus?
SILVIO : Com toda a certeza! Se for bem criado e ensinado o caminho a seguir, ele nunca se desviará e se desviar, Deus o trará como prometido na palavra.
ANITA : A Elizabeth não tem mais jeito, ela já está perdida.
SILVIO : Engano seu, ela poderá ser uma boa filha, basta ela compreender o significado de servir a Deus e vocês o significado de compreensão.
ANITA : Você é muito jovem e fala como adulto. Quem te ensinou isso?
SILVIO : Com meus pais e na escola bíblica.
ANITA : Eu o acho muito inteligente e gostaria de tê-lo como genro, vá procurar a Elizabeth e traga ela pra casa.
SILVIO : Obrigado dona Anita, eu vou sim, olha aproveitando a oportunidade eu gostaria de falar um pouco do Senhor Jesus, eu posso?
ANITA : Um pouco não vai atrapalhar ninguém, entra que vou te servir um café.
(Música aumenta : B.O)
CENA 6 : (LUZ – Elizabeth na rua drogada com suas amigas aparece Sílvio)
SILVIO : Elizabeth sou eu o Sílvio.
ELIZABETH : Sílvio, que Sílvio?
SILVIO : O Sílvio da igreja.
ELIZABETH : Sílvio, como vai? Fale baixo porque elas odeiam crentes.
SILVIO : Olha Elizabeth eu vim te buscar, vamos pra casa.
ELIZABETH : Que casa, eu não tenho mais casa.
SILVIO : Eu estive na sua casa e conversei com seus pais.
ELIZABETH : Você deve ta me confundindo com outra Elizabeth.
SILVIO : Eu preciso conversar com você sobre seus pais.
ELIZABETH : Eu não tenho pais, sou órfã.
SILVIO : Por favor, Elizabeth, tenta me compreender…
JOANA : O, almofadinha, deixa a Beth em paz e caia fora daqui.
SILVIO : Eu preciso falar com ela só mais um instante.
GRETCHEN : Vai cair fora ou vamos ter que cortar seu pescoço.
SILVIO : Olha aqui, tudo bem, eu só vou perguntar umas coisas pra ela e vou embora.
GRETCHEN : Você não vai perguntar mais nada. Ela é nossa e só sai daqui morta, você entende?
SILVIO : Não! Não entendo. Eu sei que ela está presa no pecado, mas sei que existe um Deus que pode libertá-la.
GRETCHEN – É mesmo?
SILVIO : Com toda a certeza, e sei que muitas de vocês sabem quem é esse Deus e conhecem a verdade que liberta, mas prefere andar no pecado a seguir o único caminho.
JOANA : Deixa esse maluco pra lá, vamos embora.
GRETCHEN : E a Elizabeth?
JOANA : Deixa ela pra lá, se ela quiser ir que vá, ela ta tão viciada que logo volta pra nós correndo.
GRETCHEN : E a Fabíola?
JOANA – Essa tá pra lá de marte, eu não vou carregá-la, vamos depois ela nos acha lá na praça. (Saem de cena Joana e Gretchen)
SILVIO : (Orando) Senhor, restaura a vida da Elizabeth, me ajuda a tirar ela das trevas em nome de Jesus.
ELIZABETH : Sílvio, só você mesmo pra achar que ainda tenho alguma chance.
SILVIO : Você tem e estou aqui pra te ajudar.
ELIZABETH : Acorde a Fabíola, ela também não aguenta mais essa vida, você precisa ajudá-la a sair dessa.
SILVIO : Com certeza as duas vão mudar de vida e será uma benção nas mãos de Deus. Vamos embora.
ELIZABETH : Mas pra onde?
SILVIO : Confia em mim, vamos pra sua casa.
ELIZABETH : Não, eu não posso meus pais não querem saber de mim.
SILVIO : Você acredita em milagre?
ELIZABETH : Sei lá, acho que sim.
SILVIO : Você está olhando pra um, eu sou um milagre de Deus, eu devia estar morto e hoje estou aqui pra te ajudar.
ELIZABETH : O que tem isso a ver com meus pais?
SILVIO : Deus fez um milagre na vida deles, primeiro a sua mãe e depois seu pai.
Venha vamos embora, Fabíola acorde, eu sou o Sílvio e vim te ajudar.
ELIZABETH : vamos minha amiga, vamos pra minha casa.
FABÍOLA : (Zonza) To com fome!
SILVIO : Então vamos comer! (Música aumenta – Saem de cena : B.O)
CENA FINAL : (LUZ : Paulo e Anita na sala entra Sílvio, Elizabeth e Fabíola)
ANITA : Oi filha, vem dá um abraço na mãe. (Timidamente a Elizabeth vai e abraça a mãe)
PAULO : Oi Elizabeth, como vai, tudo bem?
ELIZABETH : Tudo pai. (Abraçam-se)
SILVIO : Eu trouxe a Fabíola, ela estava na rua com a Elizabeth.
ANITA : Ela pode ficar aqui em casa.
SILVIO : Somente por hoje, eu conversei com ela e conheço seus pais, amanhã eu vou levá-la até eles.
PAULO : Eu quero te agradecer em primeiro lugar por todas as coisas que falou pra nós sobre o valor da família pra Deus e o bem que isso nos faz e por ter trazido a Elizabeth pra casa.
ANITA : É verdade, você abriu os nossos olhos, nos fez conhecer um pouco de Deus e nos mostrou uma fé que nunca tínhamos visto antes, obrigado de coração.
SILVIO : Eu que agradeço a Deus por me usar, eu que já fui da pior espécie.
Ele resolveu investir e hoje estou aqui.
PAULO : Deu certo, Deus melhor que ninguém pra conhecer o que Ele criou.
SILVIO : É verdade! Elizabeth, amanhã eu passo aqui e conversamos sobre seu futuro, agora descansa e curta seus pais.
ELIZABETH : Obrigada! Você sempre foi um grande amigo!
Anita : Vamos jantar, você fica pra comer conosco Sílvio.
SILVIO : Eu prefiro deixar vocês à vontade…
PAULO : Não vai fazer essa desfeita!
SILVIO : Então, tá eu fico! (Música aumenta : B.O)
NARRAÇÃO : Família é o maior plano de Deus! Quantas famílias estão sendo destruídas pelo inimigo, por falta de compreensão, amor e da palavra de Deus dentro do coração do ser – humano.
Pais que rejeitam a herança que Deus, trazendo destruição e morte.
Quando a palavra entra em um lar, vidas são restauradas e a paz de Cristo reina mostrando que a melhor coisa é estarmos na Sua Presença.
FIM.
Escrita por Nan Breves em São Paulo em Agosto de 2008
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