Conversa entre pai e filha.
Ela estava com medo de monstros.
O pai ensina a menina a se proteger dos monstros.
É uma pequena esquete, citando Romanos 8: “nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus“
FILHA: – Papai…!
PAI: – O que foi, filha?
FILHA: – Estou com medo…
PAI: – Medo de quê?
FILHA: – De monstros!
PAI: – Monstros?
FILHA: – É… Eles estão aqui!
PAI: – Filhinha… Deixa eu te dizer uma coisa: onde existe amor não há lugar para monstros. Os monstros têm medo do amor. O amor é maior que os monstros. O amor é maior que tudo. E você é muito amada, minha flor.
FILHA: – Quer dizer que onde não tem amor os monstros vêm?
PAI: – É, querida, você disse uma grande verdade…
Onde não há amor nossos monstros, nossas feras, nossos demônios aparecem, entram e fazem moradas.
VOZ DO PAI: A essa altura do meu discurso metafísico sobre as implicações do conflito apocalíptico entre os monstros que habitam a imaginação fértil de minha filha recém-adotada e o amor.
Meus olhos, encarando-a com toda a ternura do mundo, se encheram de lágrimas, enquanto os seus, verdes e claros como o mar de Natal, sorriram pra mim, ante a constatação de que o amor estava presente ali entre nós.
Os monstros haviam se dissipado como fumaça, e que era hora de dormir na mais profunda paz de criança.
Nosso breve tratado filosófico-teológico se encerrou num abraço apertado (de ambos), molhado por minhas lágrimas e cheio desse mesmo amor de que falamos.
“Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus…” (Rm 8.38-39)
Formato original:
O amor e os monstros
- Papai…!
- O que foi, filha?
- Estou com medo…
- Medo de quê?
- De monstros!
- Monstros?
- É… Eles estão aqui!
- Filhinha… Deixa eu te dizer uma coisa: onde existe amor não há lugar para monstros. Os monstros têm medo do amor. O amor é maior que os monstros. O amor é maior que tudo. E você é muito amada, minha flor.
- Quer dizer que onde não tem amor os monstros vêm?
- É, querida, você disse uma grande verdade… Onde não há amor nossos monstros, nossas feras, nossos demônios aparecem, entram e fazem moradas.
A essa altura do meu discurso metafísico sobre as implicações do conflito apocalíptico entre os monstros que habitam a imaginação fértil de minha filha recém-adotada e o amor, meus olhos, encarando-a com toda a ternura do mundo, se encheram de lágrimas, enquanto os seus, verdes e claros como o mar de Natal, sorriram pra mim, ante a constatação de que o amor estava presente ali entre nós, que os monstros haviam se dissipado como fumaça, e que era hora de dormir na mais profunda paz de criança.
Nosso breve tratado filosófico-teológico se encerrou num abraço apertado (de ambos), molhado por minhas lágrimas e cheio desse mesmo amor de que falamos.
“Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus…” (Rm 8.38-39)
Jorge Camargo é mestre em ciências da religião, é intérprete, compositor, músico, poeta e tradutor.
Site do autor: www.jorgecamargo.com.br
Jorge Camargo
2012