BAGAGENS

Isaque e Raquel são noivos, a peça inicia no momento do casamento deles.
A entrada dos noivos, a celebração do casamento pelo pastor…
A cena seguinte já é após 5 anos, maior peso, algumas roupas não cabem mais e há muitas mágoas entre eles.
As mágoas são guardadas, ilustrativamente, em mochilas que os atrapalham.
Na quarta cena, depois de acusações mútuas, percebem que estão apegados a coisas ruins e inúteis, as “bagagens do passado”.

Personagens: Noivo, Noiva e Pastor
Ambiente: palco da igreja
Objetos: 2 Mochilas (ideal uma maior que a outra), vestido de noiva, buquê de flores, terno
Música:
Cena 1: Marchal nupcial – fundo musical
Cena 5: Isso é amor
Música: Marcha nupcial – fundo musical

CENA 1 – Entrada
Pastor (entrará ao som da primeira corneta e se posicionará atrás do púlpito)
Isaque (após o som tambor o noivo entrará ao som da corneta e se posicionará a frente do púlpito)
Rebeca (a noiva entrará ao som da marcha nupcial e irá andando até o encontro do noivo)
Isaque beija a testa da Rebeca e se posicionam de frente para o pastor

CENA 2 – Casamento
PASTOR: Hoje estamos aqui reunidos para celebrar o casamento de Isaque e Rebeca.
É com muita alegria que, nessa noite, que estaremos abençoando a formação de um novo lar.
Façamos agora a leitura da bíblia, que está lá em Gênesis 2:18
“E disse o Senhor Deus:
Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.”
Gênesis 2:22-24
“E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão:
Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne;
Esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.
Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.”
Vocês, Isaque e Rebeca, estarão se unindo no casamento e se tornarão uma só carne.
Nesse momento convido os noivos a pronunciarem os votos de casamento:
Estão dispostos a prometer diante de Deus e de todos aqui presentes a tornarem-se esposa e esposo, para viverem segundo foi ordenado por Deus?
ISAQUE: Sim
REBECA: Sim
PASTOR: Isaque, você aceita, Rebeca, como sua legítima esposa e promete amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe.
ISAQUE: Sim
PASTOR: Rebeca, você aceita, Isaque, como seu legítimo esposo e promete amá-lo e respeitá-lo na
alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da sua
vida, até que a morte os separe.
REBECA: sim
PASTOR: Diante de Deus e dos homens vocês estão selando uma aliança.
Neste momento vocês podem se colocar um de frente para o outro.
ISAQUE: Eu Isaque, entrego essa aliança na mão de Rebeca como símbolo do meu amor e da minha fidelidade a ela.
REBECA: Eu Rebeca, entrego essa aliança na mão do Isaque como símbolo do meu amor e da minha fidelidade a ele.
PASTOR: Na qualidade de Ministro do Evangelho, eu vos declaro marido e mulher.
Pode beijar a noiva.
(Isaque e Rebeca se beijam)
(Pastor e Noiva saem de cena.)
(Noivo vira de costas para o público.)

CENA 3 – Atrás do biombo
REBECA: (jogando as roupas por cima do biombo como se estivesse provando e não estivesse servindo) Uxi, essa não serve mais. Uma é apertada, uma é larga.
Outra está fora de moda.
ISAQUE: (jogando as roupas por cima do biombo) hum, hum.
REBECA: (jogando as roupas por cima do biombo como se estivesse provando e não estivesse servindo) e essa aqui parece da vovozinha, não dá tenho comprar roupas novas
ISAQUE: (jogando as roupas por cima do biombo) Nada como a boa e confortável roupa de
sempre.

CENA 4 – A bagagem
(Rebeca e Isaque se aproximam com as bagagens, tentam se beijar, insistem, mas vêm que é difícil por conta das bagagens(mochilas colocadas para a frente)
ISAQUE: Aí fica difícil né. Não dá para você tirar essa bagagem não?
REBECA: Tira você seu folgado.
ISAQUE: Ah é, mas antes do casamento você disse que ia fazer tudo por mim
REBECA: Olha quem fala, não levanta a bunda do sofá nem para pegar um copo d’água.
Eu casei para ser a tua esposa e não a tua escrava.
ISAQUE: Nem parece aquela garota meiga que conheci
REBECA: Mas você também, não é tudo aquilo que eu pensava que você era…
ISAQUE: Começou a ladainha.
Vamos encurtar a conversa que eu não quero perder o jogo.
REBECA: É um grosso né.
Sempre isso, nunca quer conversar, eu não aguento mais
ISAQUE: Ah tá cansada né? Porque não pega a sua bagagem e vai embora?
REBECA: Embora? Você quer saber de uma coisa.
Eu não vou embora.
Eu vou embora quando eu quiser.
Você e a sua bagagem.
Sabe porque você é assim, todo mimadinho.
Sabe de quem é a culpa? É da sua mãe.
Não frita nem um ovo, meu Deus.
ISAQUE: Eu sou o mimadinho? Mas o mimadinho aqui paga as contas da casa.
Lá em casa papel higiênico nunca foi Neve aqui em casa tu só quer tudo do mais caro, assim eu vou a falência.
Nunca vi uma mulher tão gastadeira.
REBECA: Não esquece que a gente tem dois filhos, é roupa, comida remédio.
Falando em filho, tu mal ajuda a cuidar deles.
Só assiste futebol.
Eu gasto o necessário pra essa casa.
Tu que é pão duro, que nem um presentinho pra agradar a tua mulher tu compra.
ISAQUE: Sabe de uma coisa, eu me arrependi de ter casado com você!
REBECA: Ah se arrependeu? Não seja por isso, tá aqui oh.
Eu também me arrependi de ter casado contigo.
E quer saber de mais, eu vou no advogado e vou pedir tudo que é meu por direito
ISAQUE: você não tem direito a nada, nunca trabalhou, não colocou 1 real aqui em casa
REBECA: (começa a chorar e vira de costas) Senhor, eu não casei para ter um casamento assim.
Olha só um cavalo que o Senhor colocou do meu lado.
Eu pedi um príncipe, e o Senhor me deu o cavalo do príncipe.
Não era desse jeito que eu queria.
Porque Deus?
Eu orei, eu jejuei, eu fiz tudo certinho.
Olha só o meu casamento.
Brigas e brigas, ele não me entende, ele não me ajuda, nem limpar a casa, e nem cuida das crianças.
ISAQUE: (coloca a mão no ombro da Rebeca)
Rebeca (tira a mão do Isaque do ombro) O Senhor está vendo tudo Deus.
O Senhor vai cobrar tudo dele.
Porque ele é o culpado Deus, é ele não eu.
O Senhor está vendo que eu estou me esforçando.
ISAQUE: (coloca a mão no ombro da Rebeca) Me desculpa amor
Rebeca (olho pelo ombro chorando soluçando): agora pede desculpa
ISAQUE: agora eu entendi, todas as nossas brigas é por causa da nossa bagagem.
Será que não seria melhor se a gente tirasse as coisas da nossa bagagem?
Rebeca (de costas para Isaque, olhando para dentro da bagagem) Tem coisas que eu gosto
tanto, que está aqui dentro.
ISAQUE: (de costas para Rebeca, olhando para dentro da bagagem): mas você pode fazer um
sacrifício. Tira as coisas da sua bagagem.
Rebeca (olhando para dentro da bagagem, olhando de rabo de olho) Porque você não tira a sua?
Isaque (olhando para dentro da bagagem, olhando de rabo de olho) Tudo bem então, eu vou tirar as coisas da minha bagagem.
Nossa, se bem que… tem tantas.
ISAQUE: (retira uma caixa com a palavra ) Eu não amei você do jeito que você merecia.
Eu não soube expressar os sentimentos, eu apenas fui um tolo, muito grosso, não fui gentil.
Eu sei que às vezes você demora muito para se arrumar né, mas eu sei que eu perdi a paciência várias vezes
com você.
Por tantas vezes eu não soube te ouvir, eu apenas queria falar e falar, me perdoa.
ISAQUE: (retira uma caixa com a palavra ) Eu também confesso, que enquanto você dormia eu me deixei envolver por conteúdos da internet que não agradavam a Deus.
ISAQUE: (retira uma caixa com a palavra ) Como eu fui egoísta, pensando só em mim, quando nossos filhos nasceram não fui um pai presente, você pedia para ajudar e te troquei pelo futebol.
Eu Pedi para você tirar a bagagem sendo que a minha bagagem é muito maior que a sua.
Eu não tinha reparado o quanto eu pensava só em mim e não em você, sendo que eu sei que o meu dever é cuidar de você, é pensar em você primeiro antes de mim
ISAQUE: (retira uma caixa com a palavra ) Por quantas vezes eu te humilhei, por quantas das
vezes eu falei alto com você, por quantas das vezes eu não soube conversar com você,
simplesmente eu falava e falava e te maltratava, me perdoa!
ISAQUE: (tira a bagagem ) Eu não quero mais essa bagagem para mim, eu não quero mais essa bagagem para o nosso casamento.
Eu quero ser teu companheiro, quero te ajudar com os nossos filhos, com a nossa casa e o nosso casamento.
REBECA: (retira a bagagem) Quer saber de uma coisa, eu não vou nem abrir minha bagagem, pois são tantas coisas horríveis.
Sabe amor, eu peço perdão pelas mentiras, como algumas vezes que eu comprei roupa escondida e falei pra você que já estava um bom tempo no guarda roupas.
REBECA: Me perdoa porque algumas vezes eu gastei dinheiro na cabeleireira e deixei de pagar
algumas contas da casa.
Me perdoa, porque algumas vezes eu mentia pra você dizendo que estava com dor de cabeça para não namorar.
REBECA: Eu não quero mais mentiras pro nosso casamento, eu quero falar só a verdade, somente a verdade, porque se você mentir pra mim você vai me magoar muito e eu quero te tratar da maneira que eu quero ser tratada.
Eu quero cuidar de você, eu quero ser uma esposa zelosa, sábia, edificar o meu lar.
E tudo que está dentro da minha bagagem, tudo que veio da casa dos meus pais eu não quero mais.
A gente vai fazer a nossa bagagem.
ISAQUE: A gente vai viver junto, porque foi assim que o Senhor determinou.
Eu te perdoo.
Mas antes a gente precisa fazer uma coisa.
A gente precisa restaurar a aliança.
Porque a aliança é o sinal do nosso compromisso.
Aquilo que a gente fez diante de Deus, diante da palavra Dele.
ISAQUE: (coloca a aliança no dedo de Rebeca) A partir desse momento eu quero mostrar o meu comprometimento e fazer tudo diferente daquilo que nós temos feito no nosso casamento.
Eu quero te dizer que eu te amo.
(Isaque e Rebeca se beijam e se abraçam.)

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