A história bíblica das duas mães que disputavam a criança.
A sábia intervenção salomônica
Eram duas mulheres que foram mães em datas muito próximas.
Uma delas, ao dormir, acabou matando o próprio filho.
Como solução, colocou seu filho morto junto da outra mãe, que dormia.
Pegou o filho da outra e o trouxe pra junto de si.
NARRADOR: Num trono de marfim, de púrpura vestido, por doutores da lei e escribas assistido, na gloria de seu reino, o sábio Salomão julgava com poder, sua grande nação.
(Enquanto o narrador ocultamente fala, abre-se o palco e aparece o rei Salomão, sentado no seu trono e ricamente vestido. Cercado de doutores da lei e de militares, todos vestidos segundo o costume da época.)
NARRADOR: As suas decisões no governo do povo, as leis fundamentais de um direito mais mais novo, a eloquência sem par dos provérbios ditados.
Os editos reais, tão bem apropriados, e os cantos de amor repletos de poesia;
Os conselhos de amigos, e a alta filosofia da justiça com que dava as suas sentenças;
O esplendor do seu reino, e as riquezas imensas, enchiam de prestigio e fama universal.
O reino de Israel,soberano sem igual. Sabedoras do que o rei julgava com justiça, um dia, duas mães que se achavam em liça, por causa de um menino, ao sábio foram levadas.
A difícil questão que fazia supor, que ambas tinham direito a mesma pretensão, pois cada qual possuía idêntica razão…
(Enquanto o narrador fala esta ultima estrofe, duas mulheres vem entrando e uma delas trazendo nos braços um bebê, dirigem-se para a frente do trono do rei e enquanto caminham em direção ao trono, as duas devem estar gesticulando com se estivesses discutindo entre si.)
NARRADOR: uma delas falou:
1ª MULHER: Senhor, esta mulher mora comigo;
Então numa noite qualquer, ele teve um filhinho, alguns dias depois, tive um filho também, dormíamos com os dois na mesma cama e a noite o seu filho morreu, por que ela sobre o mesmo exausta, adormeceu.
Mas quando despertou e viu o sucedido, ao seu lado deitou o meu filho adormecido.
E comigo deixou o seu filho morto:
Em pranto, fiquei a lastimar…
Examinando, entretanto, o cadáver, notei que era o seu filho, ao passo que o meu, Senhor, dormia em seus braços…
NARRADOR: Mas a outra protestou
2ª MULHER: Este aqui é o meu filho, o dela é o que morreu.
REI: Não seja isso o empecilho.
Soldado!
SOLDADO: Pronto Senhor!
REI: Trazei-me em demora um facão bem afiado!
(o soldado sai e volta imediatamente trazendo um facão bem afiado)
REI: Divida o menino ao meio e de uma metade para cada uma das mães!…
NARRADOR: E com perversidade uma falou:
2ª MULHER: Pois bem não será nem meu nem teu. Tomai, dividi-o Senhor!
(entrega o bebe ao soldado)
NARRADOR: E a corte estremecia (nesta hora os circunstantes do rei se estremece fazendo gestos de apavorados).
1ª MULHER: não o mateis Senhor. Serei mais infeliz. Vendo o morto que olhando-o, assim cheio de vida, nos braços de outra mãe, mesmo desta homicida. É perversa mulher, por isso, dai-lo a ela… Não o mateis…
NARRADOR: É extraordinária e bela, prostra-se ante o rei, num pranto convulsivo;
Mas no íntimo, feliz, por ver seu vivo… (enquanto o narrador fala essas palavras a primeira mulher vai caindo de joelhos, em pranto perante o rei.)
REI: (Erguendo-se do trono, calmo e sereno, o rei estende o braço ao gladiador e ordenou).
Não o mateis!
Mas dai-o a esta mulher que chora e geme, pois com certeza essa é a verdadeira mãe, que sublimando a dor de sua alma ofereceu a sagração do amor!…
(O soldado entrega a primeira mulher a criança e a peça termina, com todos saindo.)
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