EU O VI NA CRUZ – Monólogo de Páscoa

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Personagem: mulher do fluxo de sangue descrita no evangelho de Mateus 20: 18-26.

Ela conta sua história, a falta de esperança dos 12 anos com a doença, ideias de suicídio… A esperança que nasceu quando soube que Jesus passava pela sua cidade e a perplexidade ao presenciar Jesus sendo crucificado.

Roupa típica da época bíblica; sentimento de tristeza, pois o seu salvador foi crucificado.
Texto:
Quem sou eu? Apenas mais uma na multidão. O meu nome? Ninguém mencionou. Mas podem me chamar de Rute.
Eu sou aquela que gastei todo o meu dinheiro em busca de cura para minha doença. Procurei os melhores médicos, mas tudo foi em vão. Aquele mal já me atormentava há doze anos. Comecei a perder as esperanças e já pensava que meu fim viria breve.
Em busca de algo que pudesse entreter os meus olhos cansados, tentando não me lembrar por alguns instantes daquela hemorragia sem fim, debrucei-me na janela a olhar as ruas. Confesso que me acostumei a fazer isto ao longo dos anos, numa tentativa desesperada de fugir da minha dor. Embora fizesse quase todos os dias, nem sempre encontrava alívio. Cheguei até pensar em tirar a minha vida, para por fim ao sofrimento que me afligia, mas nem isso eu consegui.
Em um dia que parecia ser inútil como os outros, algo diferente aconteceu. Notei que havia mais barulho que o de costume e também mais gente que o de costume.
Então eu perguntei: que tumulto era aquele? O que de fato estava acontecendo? Varias vezes perguntei sem obter respostas alguma. As pessoas estavam tão eufóricas que nem me notavam ali. Continuei em busca de alguém que pudesse me esclarecer o que estava acontecendo, até que um homem parou e me disse que no meio daquela multidão passava um homem especial. Um homem que alimentou mais de cinco mil pessoas com apenas cinco pães e dois peixes; um homem que faz coxos andarem, os cegos enxergarem e os surdos ouvirem.
Perguntei novamente, quem é este homem? E para onde vai? O homem que já voltava para o meio da multidão ainda me respondeu: este é o próprio filho de Deus e vai para Cafarnaum realizar mais um milagre.
Naquele instante acendeu-se mais uma vez a esperança em meu peito e pensei comigo mesmo: “este homem pode me curar”. Mas quem sou eu para que lhe chame a atenção diante de tão grande multidão? Ele com certeza não me ouvirá.    Mas se este homem é tão poderoso assim, tocarei apenas em suas vestes e serei curada.
Saí apressadamente ao seu encontro, nem me importei com a dor e os empurrões, o que queria, era apenas tocar-lhe.
Quando enfim me aproximei dele, num gesto um tanto que desesperado, toquei-lhe na ponta de suas vestes e o milagre então aconteceu. A hemorragia estancou-se e percebi o milagre de Deus na minha.
Ainda estasiada com o acontecido notei que a multidão parava de andar e as pessoas perguntavam umas as outras: Quem tocou o mestre? Quem é que lhe puxou a roupa? Respondi temerosa: fui eu! Todos começaram a me olhar e foi quando Jesus se aproximou de mim e disse: (eu nem ousava olhar à face) “filha (levantei o rosto) a tua fé te salvou”. Em seguida ele continuou seu caminho e todos gritavam, aleluias e davam glórias a Deus.
Fui rapidamente para minha casa e contei a todos o que tinha acontecido e todos ficaram maravilhados com o milagre que me acontecera.
Passado muitos dias, buscava uma outra oportunidade de encontrar a Jesus e lhe dizer obrigada. Soube então que Jesus voltara para Jerusalém, tratei logo de ir ao seu encontro.
Ao chegar lá, percebi um certo alvoroço na cidade, certifiquei-me do que estava acontecendo e o que ouvi não pude acreditar: os moradores de lá me informaram que Pilatos, a pedido do povo, condenou Jesus à morte e sua crucificação seria na sexta-feira no monte Caveira.
Não sabia no que acreditar, por isso resolvi ficar na cidade até a sexta-feira. Naquele dia então, os meus olhos presenciaram o mais terrível dos espetáculos. De fato era Jesus que iria ser crucificado.
A multidão se encontrava dividida. Uns gritavam “crucifica-o” e atiravam pedras; outros lamentavam amargamente por se tratar do filho de Deus.
A cena que vi jamais esquecerei. Colocaram nele uma coroa de espinhos na sua cabeça, rasgaram suas roupas e o espancaram. Fizeram-no carregar sua cruz até o monte chamado Caveira e lá o pregaram na cruz que ele mesmo carregava.
Ao seu lado havia dois ladrões, um a direita, outro a esquerda. O ladrão da esquerda zombava e blasfemava, enquanto o da direita o repreendia. Este da direita olhou para Jesus e disse: “creio que és o filho de Deus. Perdoa as minhas as falhas?” Jesus lhe respondeu: “ainda hoje estarás comigo no paraíso”.
Enquanto as autoridades e o povo zombavam dele, ele dizia, “Pai perdoa-lhe, porque não sabem o que fazem”. Por volta do meio dia o sol se escureceu até as três da tarde; o véu do templo rasgou-se ao meio. Depois disso Jesus gritou: “Pai em tuas mãos entrego meu espírito”. Em seguida morreu.
O oficial do exército romano viu o que tinha acontecido, deu glória a Deus e declarou: “de fato este homem era inocente”. Todos que estavam ali perceberam o erro que haviam cometido e voltara para suas casas batendo no peito em sinal de tristeza.
Quando voltei para minha casa, vieram me perguntar o que havia acontecido? Em grande
pranto lhes respondi: “EU O VI NA CRUZ”.

Música especial pelo personagem: Lembrança de Jesus (autoria: Marquinhos Gomes. Versão: Fernanda Brum).
Obs.: dublagem ou cantado com grupo de louvor/ play back.
Obs.: É permitido a apresentação deste monólogo desde que se mencione autoria e para fins não lucrativos

LEMBRANÇAS DE JESUS / Fernanda Brum

Como vai a sua vida?
É bom desabafar tudo que sentes
Não podes desaminar
Precisa suportar até o fim
Imagine, lá no calvário
Jesus Cristo foi por ti crucificado
Os cravos em suas mãos
Com amor no coração
Tudo isso por você

É difícil carregar a cruz que Ele levou
Carregou sem reclamar
É impossível esquecer Sua morte lá na cruz
Lembranças de Jesus
Lembranças de Jesus

Imagine, lá no calvário
Jesus Cristo foi por ti crucificado
Os cravos em suas mãos
Com amor no coração
Tudo isso por você

É difícil carregar a cruz que Ele levou
Carregou sem reclamar
É impossível esquecer Sua morte lá na cruz
Lembranças de Jesus
Lembranças de Jesus

É difícil carregar a cruz que Ele levou
Carregou sem reclamar
É impossível esquecer Sua morte lá na cruz
Lembranças de Jesus
Lembranças de Jesus

Autor: Edivaldo Rocha / Abril de 2005

Fonte web: INSTANTES COM DEUS

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