FESTA CAIPIRA

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Adarberto é um jovem de 19 anos.
Seus pais queriam que ele fosse rico, por isso lhe deram o nome de um rico fazendeiro, ator de telenovela.
Porém o nome do ator era Adalberto e não Adarberto, como foi registrado.
Adarberto veio lá de fora, de uma cidade chamada Parmitinho. Conhecem?
Ele veio para a cidade a fim de trabalhar e, com a ajuda do primo, Argusto, conseguiu emprego nos Carçados Myraber (como ele diz).

Aproveitem a peça!
Adarberto e Argusto aparecem na cena sentados, tomando uma cachacinha.
ARGUSTO: Que cara é essa, Adarberto. Eu, diasveis, num ti intendo! Quando tu morava lá fora, trabaiava na roça, queria vim pra cidade. Agora qui tu ta aqui, in Sapiranga, fica fazeno essa cara, di quem cumeu i num gostô!!
ADARBERTO: – Oh Argusto, não dá conta deu não… é qui tu num intendi… eu to num vazir, sabi, um troço apertado no bucho…
ARGUSTO: – Isso é farta di uma pinguinha… vai, primo, toma mais um gole da marvada… Hoje é sexta… vamo apruveitá pra i no star crube…
ADARBERTO: – Ara, Argusto, num é nada disso… e eu num vô a lugar argum tamem…
Adarberto sai de cena. Chega o amigo de Argusto, o Emanuel.
EMANUEL: – E aí, meu amigo, tudo bem?
ARGUSTO: – Tudo, Emanuer. Má qui grande prazer em vê ocê…
EMANUEL: – Vim lhe trazer um convite para a festa junina da Igreja. Conto com a sua presença e a do seu primo, pode ser?
ARGUSTO: – Ói, Emanuer, tu sabe qui eu gosto di festa, mai acho que essa festa de ingreja num faiz u meu instilo…
EMANUEL: – Meu amigo, você não sabe o que você está falando! O povo de Deus, ou seja, o povo da igreja é divertido e faz festa melhor que as que tu já conhece. Bem, vou deixar-lhe o convite.
ARGUSTO: – Pode dexá aí… mais eu num sei não…
EMANUEL: – Tudo bem. Até mais.
ARGUSTO: – Inté.
Emanuer sai de cena. Argusto olha o convite e deixa-o na mesa. Após, sai de cena também. Adarberto entra em cena. Cabisbaixo senta e observa o convite. O lê em voz alta:
ADARBERTO: – Ué, qué isso… Festa junina da ingreja aliança bibrica… dia 09 de juio… (Olha para a plateia) Acho qui eu vô nessa festa…
Adarberto sai de cena. Entra Argusto e logo após Adarberto.
ADARBERTO: – O Argusto, vamo na festa da junina?
ARGUSTO: – Qui festa, primo?
ADARBERTO: – Essa do cunviti… Foi teu amigo Emanuer que troxe?
ARGUSTO: – Má larga de se bocó, Adarberto. U Emanuer é meu amigo de futebor, i nada mais… Tu acha qui essa festa nóis vai pude se adiverti? Festa de ingreja, primo!!! Tudo as pessoa vão ta seria, vão reza o tempo todo e as menina… num vão dança nadica di nada… ara, eu num vo mermo!!!
ADARBERTO: – Mai intão eu vô…. (E vai saindo, mas Argusto o chama)
ARGUSTO: – Vorta aqui, seu bocó… eu vô junto pra modo di que tu num pode i sozinhu… A Maria, tua mãe, minha tia, me disse bem craro quando tu veio lá de fora: Argusto, cuida desse minino, num dexa ele faze ninhuma bestera sulitu… Intão, como i nessa festa vai se uma bestera, eu vô junto…
Os dois saem de cena, sorridentes e abraçados. Entram, novamente em cena, já na festa junina.
ADARBERTO: – Eita festa das mais boa essa, primo! Mais é ingraçado a ingreja fazê uma festança cumo essa, cê num acha?
ARGUSTO: – Óia, sei lá! Só sei qui tem muita guria linda aqui. Tu ta vendo aquelas lá… são bonita demais sô! Vamo lá tirá elas pruma dança?
ADARBERTO: – Num sei não… acho qui elas num vão querê… nóis semo feio e ingnorante… i nóis num sabemo nada de Jesus, primo…
ARGUSTO: – Oh Adarberto, dexa de sê bocó… num precisa sabê nada di Jesus… é só sabê falá bunito…
Argusto se aproxima das meninas e larga uma cantada (DEIXAR SOM ALTO PARA NAO SE OUIVIR O QUE ELE FALA ), sem sucesso, é claro. Quando volta, Adarberto ta rindo dele.
ARGUSTO: – Num ri, primo…
Emanuer se aproxima deles e puxa conversa.
EMANUEL: – O que estão achando da festa?
ARGUSTO: – Eu num to gostando… as guria são muito boba, isso sim…
EMANUEL: – Mas, por quê, Argusto?
ARGUSTO: – Ué, eu fui falá cum elas e elas num quiseram cunversa…
EMANUEL: – Mas o que você falou?
ARGUSTO: – Priguntei se elas queria sê a querosena da minha lamparina…
EMANUEL: – Ah, aí que ta, meu amigo. As meninas que têm princípios cristãos não saem por aí namorando e beijando sem conhecer o rapaz. Nós, que entregamos nossas vidas para Jesus, primeiro oramos por uma pessoa e descansamos na decisão de Jesus em nossas vidas. Se você realmente quer namorar uma menina cristã, terá de ser convertido também, ou seja, se arrepender de seus pecados e entregar sua vida pra Jesus. Você gostaria, Argusto?
ARGUSTO: – Óia, Emanuer, tu sabe qui eu ti apreceio, acho qui tu joga um bom futebor, mas eu quero apruveitá a minha vida primero… adespois de um tempo, nóis conversa outra veis…
EMANUEL: – Tudo bem, meu amigo. Saiba que Jesus estará lhe esperando…
Emanuel sai de cena.
ARGUSTO: – Ara, eu ti falei qui essa festa ia ser uma bestera… eu vô no banhero…
Adarberto fica em cena e entra Emanuel.
EMANUEL: – Oh, Adarberto, nem lhe perguntei o que você estava achando da festa?
ADARBERTO: – Óia, Emanuer, eu to gostando… to gostando mais do povo, sabi, tudo mundo recebi nóis muito bem, sem nem cunhece nóis… I… sabe aquilo qui tu tava falando pro Argusto, como é, o que eu faço?
EMANUEL: – Adarberto, se você quer se entregar para Jesus, você deve se arrepender de seus pecados, admitir que és incapaz perante o poder de Jesus e entregar a sua vida a Ele que Ele estará lhe abençoando de muitas maneiras. Você gostaria?
ADARBERTO: – Sim…
EMANUEL: – Então, vamos orar.

(Nesse momento, o ator explica para as pessoas da festa o que é a conversão e pergunta quem quer orar com ele.

Os atores, e a plateia que desejar, oram)
PAI AMADO, SEI QUE PEQUEI CONTRA TI E PEÇO PERDÃO.

SEI QUE SOU INCAPAZ E QUE MINHA VIDA SEM A TUA PRESENÇA É SEM SENTIDO E INFELIZ.

FAÇA, SENHOR, MORADA EM MEU CORAÇÃO.

EU ENTREGO TODA A MINHA VIDA EM TUAS MÃOS.

AMÉM.
(Adarberto e Emanuer se abraçam fortemente. Os demais atores abraçam Adarberto também, todos muito felizes com a sua decisão.)

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