A REFORMA PROTESTANTE

Marli precisa fazer um trabalho sobre a Reforma Protestante do Século XVI.
Dois amigos começam a contar a história, além da D Rute, mãe da amiga, que sabe muitos detalhes desta grande divisão da igreja.
Cenas de época ajudam a ilustrar:
1)Lutero descobre que “O justo viverá por fé”;
2) Venda de indulgências;
3) Fixação das 95 teses;

Para saber mais sobre a Reforma Protestante:
História da Reforma Protestante – Prof. Dr. Alderi Matos
A reforma protestante – Prof. Historiador Juberto Santos

CENA 1 – Sala de uma casa. Ao fundo uma porta. Pelo lado do palco, entram 3 estudantes com suas pastas escolares.

MARLI: Adriana , tenho que fazer um trabalho sobre a Reforma Protestante do Século XVI. Você tem alguma ideia para me ajudar?
ADRIANA: (caçoando) Eu tenho! Faça um boa pesquisa nos livros… (há!há!)
MARLI: Engraçadinha! Claro que vou pesquisar. Eu só queria que você adiantasse meu trabalho…
VAGNER: Pois eu vou ajudá-la, Marli. Se você não sabe, trata-se da reforma religiosa iniciada por um monge alemão, chamado Martinho Lutero.
MARLI: E o que ele reformou?
ADRIANA: Lutero reformou a Igreja, fazendo-a voltar aos princípios bíblicos. A Igreja daquela época estava cheia de erros na doutrina e na prática religiosa.
MARLI: Que interessante! Fale mais sobre o assunto.
ADRIANA: Ao se fazer monge, Lutero não levou uma vida fácil. Acreditava que pudesse justificar sua alma perante Deus, através de seus próprios esforços. Rezava muito, suplicando a Deus o perdão. Fazia muitas penitências. Maltratava seu corpo com um chicote, abstinha-se de comer e beber até por três dias consecutivos, subia de joelhos escadarias inteiras… mas não encontrava a paz que tanto procurava.
VAGNER: Agora, deixem-me falar também! Hum!!… Foi num dia triste desses que ele encontrou resposta para suas aflições, foi assim…

CENA 2 – Pela porta, ao fundo, entra Lutero com uma Bíblia na mão e fala, dirigindo-se à plateia.

LUTERO: Oh, meu Deus! Sinto-me afundar! Minhas obras de caridade, meus sacrifícios e penitências, por maiores que sejam, não trazem paz a minha alma! Responda-me, Senhor, onde achar a paz? Onde? Onde?…(Senta-se, começa a folhear a Bíblia, buscando algo… de repente, exclama) Está aqui, bem diante de meus olhos, na Epístola de Paulo aos Romanos, capítulo 1, verso 17: “O justo viverá por fé”!!! Então, é isso! A justiça vem pela fé, não depende de qualquer obra! Isto significa que estou perdoado! Estou justificado perante Deus! (sai)

CENA 3 – Entra D. Rute, a mãe de Adriana, oferecendo a todos um suco.

D. RUTE: Aceitam um suco? Hoje, o dia está tão quente!… (distribui os copos, todos agradecem)
ADRIANA: Pois é, com relação a justiça que provém da fé, Lutero viu, por fim, que a salvação é ganha pela confiança em Deus, mediante Jesus Cristo, e não pelos ritos, sacramentos e penitências da Igreja. Isso mudou totalmente a sua vida e todo o curso da história.
D. RUTE: Posso participar da conversa? (todos respondem: “É claro!”) Além de Lutero sentir-se tremendamente enganado pela doutrina religiosa que vinha seguindo, pregou severamente contra a venda de indulgências.
MARLI: Indulgências?… O que é isso?
ADRIANA: Foi o seguinte: o Papa Leão X, querendo arrecadar dinheiro para sustentar o luxo da corte papal e também terminar de construir a Basílica de São Pedro, em Roma, formulou um documento, onde dizia que, em troca de determinada quantia em dinheiro, as pessoas recebiam o indulto das penas impostas pela Igreja pelos seus pecados.
D. RUTE: Entre os vendedores de indulgências, um dos mais hábeis e ativos era o monge Té­tzel, que tinha preços fixos para todo tipo de pecado, como adultério, perjúrio, sacrilégios, assassinato e outros. Vendia cartas de indulgências até para pecados que pudessem ser cometidos no futuro…

CENA 4 – Pela porta, ao fundo, aparece Tétzel com um cofre nas mãos.

JOÃO TÉZEL: Senhores e senhoras, Ninguém precisa mais sentir os sofrimentos do purgatório! É só o seu dinheiro tilintar no fundo deste cofre e a alma de seus entes queridos saltará para o céu!
(entram pessoas interessadas em comprar as indulgências e conversam com Tétzel)
1º INTERESSADO: Senhor monge, se eu pagar por esse direito, minha alma ficará garantida contra as penas eternas?
JOÃO TÉZEL: Sim, é isso mesmo!
1º INTERESSADO: Então, desejo pagar pela minha salvação! (paga)
2º INTERESSADO: Senhor monge, minha tia era muito má. Ela faleceu há três meses. Comprando a indulgência, ela será salva?
JOÃO TÉZEL: Claro, como já lhes informei, no mesmo momento que a moeda ressoa no fundo do cofre, a alma sai do purgatório.
(Tétzel vai saindo, feliz, balançando o cofre cheio de moedas).

CENA 5 – Do outro lado do palco, o grupo de estudantes continua comentando.

MARLI: Que horror! Agora posso imaginar a revolta de Lutero contra tantas mentiras e maldades.
D. RUTE: Realmente! Lutero era um sacerdote sério, consciente, e sentiu-se na obrigação de admoestar o povo contra aqueles abusos e práticas erradas.
VAGNER: Entre outras coisas, Lutero defendeu a verdade de que a única cabeça da Igreja é Jesus Cristo, e não o papa. A situação foi se agravando e o papa o excomungou, mas Lutero nada temeu, continuou firme, defendendo os verdadeiros princípios bíblicos.

CENA 6 – Entra Lutero pela porta, ao fundo, trazendo nas mãos uma comprida folha de papel, um martelo e pregos.

LUTERO: Grande mentira se tem vendido entre o povo! A salvação não pode ser comprada por dinheiro, nem por qualquer outro mérito. Os cristãos são salvos pelo dom da graça de Deus, aceita pela fé em Jesus Cristo. E basta o arrependimento sincero para receber o perdão de Deus. Aqui estão as provas bíblicas contra todas as falsas doutrinas da Igreja Católica Romana.
(toma o documento, onde em letras grandes pode-se ler: “95 teses”, e prega na porta, saindo a seguir)

CENA FINAL – D. Rute e o grupo de estudantes posicionam-se no centro do palco.

VAGNER: As 95 teses que Lutero pregou na porta da Catedral de Wittemberg, no dia 31 de outubro de 1517, deram início a um dos acontecimentos mais importantes da história: a Reforma Religiosa!
D. RUTE: É bom lembrar que isto custou a Lutero ameaças de prisão e de morte. No entanto, Deus não permitiu que ele fosse transformado em mártir. Protegido pelo príncipe da Saxônia, Frederico o Sábio, Lutero refugiou-se no Castelo de Wartburg, período em que aproveitou para escrever vários livros. Porém sua obra mais grandiosa, neste tempo, foi a tradução da Bíblia para o idioma alemão. Isto possibilitou ao povo ver com seus próprios olhos os erros do Catolicismo Romano.
ADRIANA: Mais ainda, mãe, para responder por seus atos contra a Igreja, Lutero foi convocado a comparecer diante da Dieta de Worms, uma assembleia formada por príncipes e representantes de várias cidades.
MARLI: E ele teve coragem de comparecer diante desse terrível tribunal religioso?
ADRIANA: Teve, sim. As pessoas diziam para ele não atender a convocação, porque poderia ser morto, mas ele respondia: “Irei, sim, ainda que haja lá mais demônios que as telhas deste castelo!”
VAGNER: Sabe, Marli, A intensão de Lutero não era fundar uma outra Igreja, ele desejava ver uma reforma no seio da própria Igreja. Porém, em Worms aconteceu o que chamamos de a grande cisão da Igreja. Os que estavam presentes no tribunal e concordaram com as posições de Lutero, passaram a compor a Igreja Protestante, e o outro grupo permaneceu no Catolicismo Romano.
D. RUTE: Os ideais da Reforma Protestante não ficaram só na Alemanha, explodiram em diversos lugares ao mesmo tempo. Na Suíça levantou-se Zwínglio, Calvino e outros. Na França, Farel, Lefèvre, o próprio Calvino e Melancton. E, assim, a reforma progrediu rapidamente, atingindo os Países Baixos, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a Inglaterra, a Polônia, a Boêmia, a Áustria, abalou até a Espanha e Portugal. Por ordem da Igreja Romana muitos crentes foram queimados vivos. A Espanha sufocou o movimento a ferro e fogo. Nos Países Baixos, cem mil vítimas foram massacradas. Na França se processou uma carnificina, que ficou conhecida como a “Noite de São Bartolomeu”, quando morreram entre oitenta a cem mil huguenotes. Porém nada pode deter o poder maravilhoso do evangelho, a Verdade foi proclamada a todos os ventos, e, hoje, somos milhões e milhões de crentes em todo o mundo. E, a cada dia, mais e mais pessoas vêm aos pés de Cristo para receber gratuitamente a salvação pela fé.
MARLI: Foi muito bom ouvir esta linda história. Agora, já sei o que vou escrever no trabalho que tenho para fazer. Agradeço a cooperação de todos vocês.
ADRIANA: Esperem um pouco! Antes de vocês saírem, vamos todos cantar um hino composto por Martinho Lutero. O nome do hino é “Castelo Forte”. Ele é considerado o hino universal do evangelismo.
(Todos os presentes, atores e plateia., cantam juntos o hino “Castelo Forte” – nº 155 do Hinário Novo Cântico)

Fonte WEB S A F SOCIEDADES AUXILIADORAS FEMININAS DA IPB, o link não está mais disponível

Castelo Forte
É considerado o Hino de Batalha da Reforma Protestante, composto por Martinho Lutero

Harpa Cristã

Castelo forte é nosso Deus,
Amparo e fortaleza:
Com seu poder defende os seus
Na luta e na fraqueza.
Nos tenta Satanás,
Com fúria pertinaz,
Com artimanhas tais
E astúcias tão cruéis,
Que iguais não há na Terra.

A nossa força nada faz:
Estamos, sim, perdidos.
Mas nosso Deus socorro traz
E somos protegidos.
Defende-nos Jesus,
O que venceu na cruz
O Senhor dos altos céus.
E sendo também Deus,
Triunfa na batalha.

Se nos quisessem devorar
Demônios não contados,
Não nos podiam assustar,
Nem somos derrotados.
O grande acusador
Dos servos do Senhor
Já condenado está:
Vencido cairá
Por uma só palavra.

Que Deus a luta vencerá,
Sabemos com certeza,
E nada nos assustará
Com Cristo por defesa.
Se temos de perder
Família, bens, poder,
E, embora a vida vá,
Por nós Jesus está,
E dar-nos-á seu reino.

2014

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