Um caipira saiu a semear…
É uma versão da parábola do semeador
O texto básico é (Lucas 8; 4 a 15)
A história é contada para crianças, interpretada por crianças…
As sementes caíram em locais diferentes e tiveram resultados diferentes.
SEMEADOR: “Que bão dia para samiá umas semente!
Ispero que elas brote e dê muitos fruto!
Pena que num depende de mim o seu crescimento , mas minha parte eu tô fazeno (olha pro chão, perto do saco de sementes) _uai, sô!
O saco deve tê rasgado e caiu quatro sementinha aqui no chão (abaixa-se e as pega) _vão sê as primeira a sê samiada…. (sai em seguida)
NARRADOR: Então o semeador passou o dia inteiro semeando todas as sementes que havia colocado em sua sacola…
Estava um dia maravilhoso e ele trabalhava com muita vontade e alegria…
Haviam passarinhos cantando bem alto nos pés de eucalipto, o sol iluminava de um dourado maravilhoso o milharal do sitio vizinho, que era cercado por umas plantas espinhosas, mas apesar do perigo dos espinhos, até que era uma cerca muito bonita que se estendia até umas pedreiras lá no alto do morro…
O semeador trabalhou duro, mas nunca deixava o sorriso sair do seu rosto, pois aquela era sua vida…
No fim da tarde, quando o sol já estava se despedindo, o semeador volta para sua casa, feliz por mais um dia de trabalho…
Agora era só esperar as sementinhas germinarem…
SEMENTINHA 1: Acho que caí de mal jeito…ai, minhas costas…
Parece que fui pisada…preciso chegar naquela terrinha ali..não vejo a hora de nascer!!
CORVO: Hum…olá sementinha…
SEMENTINHA 1: Quem é você?
CORVO: Eu??? Sou um corvo.
SEMENTINHA 1: Corvo? O que é um corvo?
CORVO: Eu sou uma ave… Sabe o que nós aves mais gostamos de fazer?
SEMENTINHA 1: Não… Nunca conversei com ninguém, que não fosse semente.
CORVO: Gostamos de engolir sementes apetitosas e gordinhas como você….uahh!!
SEMENTINHA 1: Socorro!!! Alguém me ajude!!!
(o corvo a ataca)
SEMENTINHA 2: Ai , que alegria! Estou germinando! Vejam minha raiz aparecendo, logo, logo darei muitos, frutos para alegria de todos! lá-lá-lá-lá….
(o sol aparece)
SEMENTINHA 2: Puxa vida, que calorão!!!
SOL: É verdade, sementinha… Hoje nem eu estou me aguentando…ufa!!
SEMENTINHA 2: Será que não dá pro senhor ir mais pra lá, não? Eu estou ficando desidratada!
SOL: É uma pena… Fui criado para não sair daqui… Não posso fazer nada… Só vai melhorar lá pelas cinco e meia da tarde…
SEMENTINHA 2: Mas seu sol, não tô aguentando…
Preciso de água senão vou morrer!
Alguém me ajude! Água, água!!! Água!!! Cof!!! Cof!!! Água!!!
SOL: Sinto muito, mas quando me emociono, esquento ainda mais…buá – tadinha da sementinha…
SEMENTINHA 2: Água…á-g-u-a…á… ( se encolhe e fecha os olhos) adeus, estou morrendo…
(o sol continua chorando)
SEMENTINHA 3: Aqui estou eu! Já estou crescendo, vejam que bom lugar eu estou, protegida do corvo que comeu a minha amiga e protegida do sol que secou a outra sementinha…
Coitadinhas… Ainda bem que me dei bem…
ESPINHEIRO: Com licença, ô sementinha…
SEMENTINHA 3: Pois não, espinheiro…
Quer dizer alguma coisa?
ESPINHEIRO: Sabe o que é?
Essa terra já tem dono…
Os espinheiros já vivem aqui por muito tempo, não sei se você vai conseguir viver no meio de tantos espinhos, não…
SEMENTINHA 3: Ué, por que você tá dizendo isso agora?
Nós crescemos juntos…
ESPINHEIRO: É, mas as plantas da minha família crescem mais rápido e jogamos nossos braços por todo lado e sinto que vou crescer mais…
(começa a levantar devagar e abraça a sementinha).
SEMENTINHA 3: Tire essas mãos espinhentas de cima de mim!!
Eu quero crescer!!!
ESPINHEIRO: Não posso, faz parte da minha natureza enrolar em qualquer coisa!
SEMENTINHA 3: Me solta!!!
Socorro!!
Você está me sufocando!
Cof! Cof! Aiii!!! Cof! Cof!
ESPINHEIRO: Sinto muito, sementinha, não posso fazer nada!
(a sementinha morre nos braços do espinheiro)
ESPINHEIRO: Eu tentei avisar… Essa terra só dá espinhos…
(árvore entra)
SEMEADOR: Mas que belezura de arve, meu Deus…
Óia só quanta fruta nela!
É, já tá na hora de coiê o que eu prantei…
Bem, dispois eu faço isso…
agora vô discansá um poco imbaixo dessa sombrinha…
ÁRVORE: Olha só como estou linda!
Eu também era uma sementinha, mas tive tudo a meu favor.
Cresci em terra boa…
Não fui comida pelos pássaros, não fui pisada…
Tive sol na medida certa…
Não fui jogada no meio das pedras e nem no meio dos espinhos…
Aí vieram as chuvas e aqui estou eu!
Firme! Forte! Feliz e alegre!
NARRADOR: “ E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta?
Respondeu-lhes jesus:
“A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus;
aos demais, fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam; e , ouvindo, não entendam.
Este é o sentido da parábola:
A semente é a palavra de Deus;
A que caiu a beira do caminho são os que a ouviram;
Vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos…
A que caiu sobre a pedra, são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria;
estes não tem raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam…
A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer…
A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança…”
FONTE WEB – O site onde esta peça foi publicada originalmente, não está mais disponível