SENTENÇA DE MORTE

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No momento que a TV RECORD está apresentando A HISTÓRIA DE ESTER, encontrei esta peça, da minha amiga LUIZA, que aborda o mesmo fato bíblico. Temos agora também uma esquete sobre Ester, abordando basicamente a escolha da Rainha, AQUI ESTA ELA.
Sentença de Morte, narra a historia de uma mulher(ESTER), que Deus escolheu do meio do povo judeu, para ser Rainha. Ao saber da condenação de morte imposta para seu povo, a Rainha Ester precisa decidir entre enfrentar o Rei e falar a verdade sobre a sua origem e seu povo, ou esconder-se e ver todo o seu povo morrer brutalmente assassinado.

PERSONAGENS
Narrador- Narrará alguns momentos da trama.
Rainha Ester- Uma mulher determinada que enfrentará o medo e a morte para salvar seu povo da sentença mortal.
Rei Assuero- Marido de Ester que é um homem bom e dedicado a seus súditos.
Mordecai- Tio de Ester. Ele quem informa a Ester sobre a sentença de morte
Hamã- Conselheiro do Rei Assuero. Um homem cruel e falso que conspira contra o Rei para matá-lo. Ele quem convence o Rei a assinar a sentença de morte dos judeus.
Nisã- Serva da Rainha Ester.
Hataque- Eunuco da Rainha Ester.
Harbona- Eunuco do Rei Assuero
Rainha Vasti- Foi Rainha antes de Ester.
Zeres- Mulher de Hamã. Ela o convence a construir uma forca para enforcar Mordecai.
Parsandata- Um dos filhos de Hamã.
2 guardas- Guardas do Palácio.
4 homens- Elenco de apoio. Representam os homens de povo de Israel ou da realeza. Devem estar vestidos adequadamente de acordo com seus personagens.
4 Mulheres- Elenco de apoio. Ora são mulheres da realeza ora são mulheres do povo de Israel. Devem estar vestidos adequadamente de acordo com seus personagens.
CENA 1 – O BANQUETE DE ASSUERO
(Enquanto narra esses acontecimentos, a Rainha Vasti caminha pelo cenário que possui mesas, almofadas, véus e 3 mulheres junto com ela em cena.)
NARRADORA VASTI: E sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias, que;
Assentando-se o Rei Assuero no trono do seu reino, que estava na fortaleza de Susã, No terceiro ano do seu reinado, fez um banquete a todos os seus príncipes e seus servos.
Estando assim perante ele o poder da Pérsia e Média, e os nobres e príncipes das províncias, para mostrar as riquezas da glória do seu reino, e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber: cento e oitenta dias.
E, acabados aqueles dias, fez o Rei um banquete a todo o povo que se achava na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.
As tapeçarias eram de pano branco, verde, e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos de ouro e de prata, sobre um pavimento de mármore vermelho, e azul, e branco e preto.
E dava-se de beber em copos de ouro, e os copos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo a generosidade do rei.
E o beber era por lei, sem constrangimento; porque assim tinha ordenado o Rei expressamente a todos os oficiais da sua casa, que fizessem conforme a vontade de cada um.
Também a Rainha Vasti deu um banquete às mulheres, na casa real, do Rei Assuero.
E ao sétimo dia, estando já o coração do Rei alegre do vinho, mandou seus sete camareiros que serviam na presença do Rei Assuero, que introduzissem na presença do Rei a Rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua beleza, porque era formosa à vista.
RAINHA VASTI: Não irei. Diga a Assuero que não entrarei na sua presença. Ande logo seu abutre! Ande! Vá Harbona, serviçal inútil! Sai daqui!
HARBONA: Sim senhora minha Rainha.(Sai de cena)
RAINHA VASTI: Quem Assuero pensa que é ? Acaso é o Rei? (ri)
MULHER: Tenha paciência minha Rainha. Ele pensa que pode mandar em vossa Majestade sim, mas é porque está embriagado!(todas as mulheres riem)
RAINHA VASTI: Sim Sim! Bem… Ai! Estou exausta! Retirem-se agora a festa acabou! Vão ! Saiam saiam!
AS MULHERES SAEM DE CENA
NARRADORA VASTI: (em tom de deboche) Bem, eu recusei fazer conforme a palavra do Rei e assim o Rei muito se enfureceu, e acendeu nele a sua ira.
Então perguntou o Rei aos sábios, o que, segundo a lei, se devia fazer à Rainha Vasti, por não ter obedecido ao mandado do Rei Assuero;
Então disse Memucã na presença do Rei e dos príncipes:
Não somente contra o Rei pecou a Rainha Vasti, porém também contra todos os príncipes, e contra todos os povos que há em todas as províncias do Rei Assuero.
Porque a notícia do que fez a rainha chegará a todas as mulheres, de modo que aos seus olhos desprezarão a seus maridos quando ouvirem dizer:
Mandou o Rei Assuero que introduzissem à sua presença a Rainha Vasti, porém ela não veio.
E neste mesmo dia as senhoras da Pérsia e da Média ouvindo o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e assim haverá muito desprezo e indignação.
Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue, a saber: que Vasti não entre mais na presença do Rei Assuero, e o Rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela.
E, ouvindo-se o mandado, que o Rei decretara em todo o seu reino , todas as mulheres darão honra a seus maridos, desde a maior até à menor. E pareceram bem estas palavras aos olhos do Rei e dos príncipes; e fez o Rei conforme a palavra de Memucã.
Então enviou cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo a sua escrita, e a cada povo segundo a sua língua; que cada homem fosse senhor em sua casa, e que se falasse conforme a língua do seu povo.
E eu deixei de ser Rainha! Idiota!
CENA 2 – ESTER É ESCOLHIDA
3 mulheres em cena
NARRADORA VASTI: Passadas estas coisas, e apaziguado já o furor do Rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que fizera, e do que se tinha decretado a seu respeito.
Então disseram os servos do rei, que lhe serviam:
Busquem-se para o Rei moças virgens e formosas. E ponha o Rei oficiais em todas as províncias do seu reino, que ajuntem a todas as moças virgens e formosas, na fortaleza de Susã, na casa das mulheres, aos cuidados de Hegai, camareiro do rei, guarda das mulheres, e deem-se-lhes os seus enfeites.
E a moça que parecer bem aos olhos do rei, reine em lugar de Vasti.
E isto pareceu bem aos olhos do rei, e ele assim fez. Olha só… essazinhas ai!
Entram em cena Ester e Mordecai
MORDECAI: Preste atenção Hadassa, não diga a ninguém nada sobre o seu povo e a sua parentela.
ESTER: Sim meu tio Mordecai. Não contarei a ninguém nada sobre minha origem.
Entram em cena o Rei e o Eunuco Harbona. Mordecai manda Ester apresentar-se perante o rei
NARRADORA VASTI: Esse homem, judeu, cujo nome era Mordecai, criou Hadassa, porque ela não tinha pai nem mãe; e era jovem bela de presença e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mordecai a tomara por sua filha. Sucedeu que, divulgando-se o mandado do Rei e a sua lei, e ajuntando-se muitas moças na fortaleza de Susã, aos cuidados de Hegai, também levaram Ester à casa do rei, sob a custódia de Hegai, guarda das mulheres.
E a moça pareceu formosa aos seus olhos, e alcançou graça perante ele; por isso se apressou a dar-lhe os seus enfeites, como também em lhe dar sete moças de respeito da casa do rei; e ainda a colocou no melhor lugar da casa das mulheres.
Mordecai passava todos os dias diante do pátio da casa das mulheres, para se informar de como Ester estava e do que lhe sucederia.
E, chegando a vez de cada moça, para vir ao Rei Assuero, depois que fora feito a ela segundo a lei das mulheres, por doze meses, desta maneira, vinha a moça ao rei, a tarde entrava, e pela manhã tornava à casa das mulheres, não tornava mais ao rei, salvo se o Rei a desejasse, e fosse chamada pelo nome.
Chegando, pois, a vez de Ester, para ir ao rei, coisa nenhuma pediu e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.
Assim foi levada Ester ao Rei Assuero, à sua casa real, no décimo mês, no sétimo ano do seu reinado.
E o Rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha… em meu lugar.
CENA 3 – MORDECAI DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO
Entram em cena mulheres e homens, o Rei e seus servos eles se reúnem para um banquete.
NARRADOR MORDECAI: Então o Rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos;
Era o banquete de Ester;
E deu alívio às províncias, e fez presentes segundo a generosidade do rei. Ester, porém, não declarava a sua parentela e o seu povo, como eu lhe ordenei; porque Ester me é obediente, pois eu a criei segundo nossos costumes.
(Bigtã e Teres são expulsos do banquete. )
REI ASSUERO: Saiam daqui. Porque insistem em querer saber a origem da Rainha. Insultam-na como se fosse uma qualquer! Fora!
NARRADOR MORDECAI: Naquele dia, eu estava assentado à porta do rei, e ouvi quando dois camareiros do rei, Bigtã e Teres, grandemente se indignaram, e procuraram atentar contra o Rei Assuero.
ESTER: (feliz e surpresa grita) Tio Mordecai!! (Ester percebe que quase revela seu segredo e sussurra) Meu amado tio Mordecai! Que saudades!
NARRADOR MORDECAI: Preste atenção Ester. Dois homens, eunucos de confiança do Rei Assuero, teu marido, estão conspirando para matar o Rei essa noite. Eu ouvi tudo! Eles…(sussurra no ouvido dela que demonstra ficar horrorizada) Vá! Ande depressa e conte tudo ao Rei. Rápido, antes que eles o matem!
Ester sai de cena apavorada
NARRADOR MORDECAI: Então, Ester o contou a conspiração ao rei, em meu nome e investigaram e se descobriu a trama, e ambos, tanto Bigtã quanto Teres foram pendurados numa forca; e esse acontecido foi escrito nas crônicas perante o rei.
 CENA 4 – O REI DECRETA A MORTE AOS JUDEUS
entra em cena o Rei Assuero, que honra a Hamã e sai de cena.
NARRADORA ZERES: Depois destas coisas o Rei Assuero engrandeceu a Hamã, meu marido e o exaltou, e pôs o seu assento acima de todos os príncipes que estavam com ele.
E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o Rei acerca dele.
(Harbona, 2 homens e Mordecai entram em cena. Os homens se prostram diante da Hamã, Mordecai não se ajoelha. )
NARRADORA ZERES: Porém esse Mordecai não se inclinava nem se prostrava.
HARBONA: Por que transgride o mandado do rei?
MORDECAI: Porque sou judeu e não me prostro perante homens, somente me prostro ao meu Deus.
NARRADORA ZERES: Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isto, dia após dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mordecai se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que era judeu.
Vendo, pois, Hamã que Mordecai não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor. E decidiu em seu coração, não só pôr as mãos em Mordecai, como procurou destruir a todos os judeus, o povo de Mordecai, que viviam em todo o reino de Assuero.
HAMÃ: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e eles não cumprem as leis do rei; por isso não convém ao Rei deixá-lo ficar. Se bem parecer ao rei, decrete-se que os matem; e eu pagarei dez mil talentos de prata, aos homens que nos entregarem esse povo traidor que conspira contra o rei.
REI ASSUERO: (tira o anel da sua mão e coloca em Hamã) Faça o necessário para aniquilar esses traidores e conspiradores do meu reino. Essa prata te é dada, como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus olhos. (sai de cena)
HAMÃ: Chamem os Sápatras agora! Escrevam, escrevam isso!
CENA 5 – ESTER É INFORMADA SOBRE O DECRETO
(entram em cena todo o elenco de apoio que aparecerá como o povo de Israel. Homens estarão pregando nas paredes o decreto de morte dos judeus )
NARRADOR HAMÃ: No primeiro mês, no dia treze do mesmo e, se escreva aos príncipes do rei, e aos governadores que há sobre cada província, e aos líderes, de cada povo; a cada província segundo a sua escrita, e a cada povo segundo a sua língua; em nome do Rei Assuero se escreva, e com o anel do Rei seja selado.
E enviem-se as cartas por intermédio dos correios a todas as províncias do rei, para que se destrua, matem, e façam perecer a todos os judeus, desde o jovem até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês e que se tomem posse de seus bens.
Faça-se uma cópia do decreto que o Rei determinou a divulgação da lei em cada província, seja enviada a todos os povos, para que se preparem para a peleja e morte aos judeus. (sai de cena)
(Enquanto Hamã narra o decreto, os judeus começaram a gritar, clamar, chorar e se lamentar e Mordecai ficara transtornado.)
NARRADOR NISÃ: Quando Mordecai soube tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, e vestiu-se de saco e de cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor.
E chegou até diante da porta do rei, porque ninguém vestido de saco podia entrar pelas portas do rei. E em todas as províncias aonde a palavra do Rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em saco e em cinza.
MERDECAI: (gritando e esfregando o pó da terra no rosto e lançando-se no chão) O Senhor… o Senhor nos abandonou… fomos abandonados! Estamos sós! O Senhor esqueceu-se de nos! O que faremos agora? Pereceremos! O que será de Israel?
(Entra em cena Ester. conforme vai ouvindo os acontecimentos, vai lentamente se abaixando ate sentar totalmente no chão de frente para a plateia)
NISÃ: Minha majestade, aquele judeu Mordecai grita pelas ruas, grita que Deus o abandonou, que vão todos morrer!
ESTER: Quem vai morrer?
NISÃ: Ele e seu povo. Ele grita e usa trajes feitos de pano de saco. É horrível!
ESTER: (grita) Hataque!
HATAQUE: Sim minha rainha.
ESTER: Traga Mordecai ate aqui! Leve roupas para ele vestir-se e poder apresentar-se em minha presença. Rápido! Preciso saber o que está acontecendo.
HATAQUE: Sim senhora.
(Hataque vai ate Mordecai )
NARRADOR NISÃ: E, saindo Hataque a Mordecai, à praça da cidade, que estava diante da porta do rei.
HATAQUE: Mordecai, A rainha quer vê-lo. Vista esses trajes para poder se apresentar perante ela.
MERDECAI: Não tirarei o pano de saco, não quero essas vestimentas!
10 mil talentos de prata! 10 mil talentos de prata! Fomos vendidos! Nossas vidas foram vendidas!
Hamã pagará 10 mil talentos de prata a quem aniquilar o povo judeu.
Olhe isto aqui! (entrega uma copia do decreto) Está aqui em Susã e em todas as províncias.
Morte aos judeus diz ai!
Mostre a Ester, faça a saber, ordeno que ela vá até o rei, e suplique pela vida de seu povo.
(Hataque vai ate a presença da rainha Ester )
NARRADOR NISÃ: Foi quando Hataque veio e fez saber a Rainha Ester as palavras de seu tio Mordecai.
HATAQUE: O Rei mandou decretar morte ao povo judeu. Mandou escrever em nome do Rei, cartas aos príncipes, governadores e líderes de cada província, cada um na sua língua.
E selou com o anel do Rei para que se destruam, matem e façam perecer a todos os judeus, desde o jovem até ao velho, crianças e mulheres, no dia treze do duodécimo mês e que se tomem posse de seus bens.
ESTER: Meu Deus!
NISÃ: Não é verdade Rainha! Não pode ser! O Rei não é cruel. É um homem piedoso.
HATAQUE: É verdade sim Rainha! Mordecai quer que a Rainha interceda pelo povo na presença do Rei Assuero.
(Ester perde as forças e cai no chão )
ESTER: Todos os servos do rei, e o povo das províncias do rei, bem sabem que todo o homem ou mulher que chegar ao Rei no pátio interior, sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o Rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva.
HATAQUE: Certamente o Rei será a vosso favor Rainha.
ESTER: Não Hataque. Assuero não me ama mais. Sequer me procura.
Ele não me considera mais.
Deixou de me amar. Sequer nestes trinta dias não tenho sido chamada para ir ao rei. Diga essas palavras ao meu tio.
Peça para ele vir aqui. Com vestes reais ou pano de saco, não importa, traga-o aqui! Nisã sai daqui.
CENA 6 – ESTER PROMETE INTERCEDER PELO POVO
MERDECAI: Ester, não imagines no teu íntimo, que por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis.
Ester e se Deus te fez Rainha exatamente para um momento como este?
ESTER: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.
NARRADOR NISÃ: Sim, então Mordecai foi, e fez conforme a tudo quanto a Rainha Ester lhe ordenou.
CENA 7 – O JEJUM DOS JUDEUS
Nesta cena diversos personagens estarão posicionados em cena como quem estivessem orando, jejuando e se humilhando para Deus. Todos deverão estar vestidos com pano de saco. A cena toda é feita somente com expressão corporal e facial.
CENA 8 – ESTER APRESETA-SE AO REI

(Ester entra em cena, de cabeça baixa, sem sequer erguer os olhos, caminhando lentamente em direção ao rei. o Rei deverá estar sentado e ao ver Ester levantara furioso, porém aos poucos suas feições demonstrarão compaixão. Hamã estará assustado ao seu lado, quando Ester estiver junto ao rei, ele estenderá para Ester o cedro de ouro.)

REI ASSUERO: Que é que queres, Rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.
ESTER: Se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que lhe tenho preparado. Então farei a minha petição.
REI ASSUERO: Apresse-se a estar pronto para o banquete que a Rainha nos preparou hoje, para que se atenda ao desejo de Ester.
CENA 9 – O BANQUETE DE ESTER

(Ester em cena com nisã servindo ao Rei e a Hamã. )

HARBONA: Veio, pois, o Rei Assuero e Hamã ao banquete, que Ester tinha preparado.
REI ASSUERO: Qual é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará ainda até metade do reino.
ESTER: Minha petição e desejo é: Se achei graça aos olhos do rei, e se bem parecer ao Rei conceder-me a minha petição, e cumprir o meu desejo, venha o Rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do rei.
REI ASSUERO: Que segredo escondes minha querida Rainha? Porque não me revelas sua petição? Sim, já que desejas oferecer outro banquete ao teu Rei, certamente estarei aqui amanha a noite.
  CENA 10 – AS GLORIAS DE HAMÃ

PARSANDATA: Então saiu Hamã, meu pai, naquele dia alegre e de bom ânimo; e foi para sua casa; e enviou, e mandou vir os seus amigos, e Zeres, sua mulher.
HAMÃ: Vejam quanto gloria e riqueza, o Rei tem me engrandecido, e me tem exaltado sobre os príncipes e servos do rei. Tampouco a rainha Ester a ninguém fez vir com o Rei ao banquete que tinha preparado, senão a mim. E também para amanhã estou convidado por ela juntamente com o rei. Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto eu não ver o judeu Mordecai prostrar-se diante de mim.

ZERES: Faça-se uma forca de cinquenta côvados de altura, e amanhã dize ao Rei que nela seja enforcado Mordecai. E então vá alegre com o Rei ao banquete.
HAMÃ: Sim. Farei agora mesmo esta força e amanhã enfocarei a Mordecai.
CENA 11 – MERDECAI É HONRADO PELO REI
NARRADOR: Nisã Naquela mesma noite fugiu o sono do rei; então mandou trazer o livro de registro das crônicas, as quais se leram diante do rei.
HARBONA: E achou-se escrito que Mordecai denunciou a Bigtã e Teres, dois dos camareiros do rei, da guarda da porta, que tinham procurado matar o Rei Assuero.
REI ASSUERO: (assustado) Que honra e distinção se deu por isso a Mordecai?
HARBONA: Coisa nenhuma se lhe fez.
REI ASSUERO: Quem está no pátio?

NARRADOR: Nisã E Hamã tinham entrado no pátio exterior da casa do rei, para dizer ao Rei que enforcassem a Mordecai na forca que lhe tinha preparado.
HARBONA: Eis que Hamã está no pátio.
REI ASSUERO: Mande-o que entre.
(Harbona sai de cena e retorna em cena junto com Hamã )
REI ASSUERO: Que se fará ao homem de cuja honra o Rei se agrada?
NARRADOR NISÃ: Então Hamã pensou em seu coração: De quem se agradaria o Rei para lhe fazer honra mais do que a ele?
HAMÃ: Para o homem, de cuja honra o Rei se agrada, tragam a veste real que o Rei costuma vestir, como também o cavalo em que o Rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça. E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o Rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o Rei deseja honrar!
REI ASSUERO: Apressa-te, amanhã toma a veste e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mordecai, que está assentado à porta do rei; e coisa nenhuma omitas de tudo quanto disseste.
HAMÃ: (demonstra ódio e ira) Sim meu rei.

CENA 12 – HAMÃ É FORÇADO A HONRAR MERDECAI
(Hamã em cena com Zeres e Parsandata. )
HAMÃ: Então eu tive que tomar a veste e o cavalo, e vesti a Mordecai, e o levei a cavalo pelas ruas da cidade, e gritei em alta voz diante dele: Assim se fará ao homem a quem o Rei deseja honrar! Quanta humilhação! Falei isso para o Rei porque pensei que fosse a mim que ele quisesse honrar!
ZERES: Se Mordecai, diante de quem já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante dele.
HATAQUE: Senhor Hamã, A Rainha Ester o aguarda para o banquete.

CENA 13 – HAMÃ É DESMASCARADO

(Ester, Rei Assuero, Hamã, nisã, Hataque e Harbona em cena. )
MERDECAI: Vindo, pois, o Rei com Hamã, para beber com a rainha Ester,
REI ASSUERO: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. E qual é o teu desejo? Até metade do reino, se te dará.
ESTER: Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha petição, e o meu povo como meu desejo. Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia.
REI ASSUERO: (enfurecido e descontrolado )Quem é esse e onde está esse, cujo coração o instigou a assim fazer?
ESTER: O homem, o opressor, e o inimigo, é este mau Hamã. Que decretou sentença de morte ao povo judeu e ofereceu por 10 mil talentos de prata por quem aniquilar a mim e a meu povo. Sentenciou meu tio Mordecai, o homem sobre o qual eu mesma disse ao Rei que havia descoberto uma conspiração para vos matar.
REI ASSUERO: (transtornado gritando) Que foi isso que me fizeste fazer? Que foi isso que me fizeste fazer?
(Neste momento Hamã deve se desesperar e ajoelhar-se diante da rainha compreendendo que o Rei já lhe sentenciara a morte. )
HAMÃ: Piedade. Não sabia. Não sabia minha Rainha. Misericórdia.
REI ASSUERO: (Gritando descontrolado) Insultaste a Rainha. (se levanta do banquete e caminha nervoso de um canto a outro)
HAMÃ: Piedade. Misericórdia.
REI ASSUERO: Porventura queres também a morte rainha perante mim nesta casa?
HARBONA: Eis que também a forca de cinquenta côvados de altura que Hamã fez foi feita para Mordecai, que falou em defesa do rei, descobrindo uma conspiração contra o rei.
REI ASSUERO: Enforcai-o nela.
HAMÃ: (gritando) Não! Misericórdia! Misericórdia! Não!
(Hamã é levado por Harbona e Hataque para fora de cena. )
CENA 14 – O REI DECRETA QUE OS JUDEUS DEVEM RESISTIR
NARRADOR HARBONA: Naquele mesmo dia deu o Rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; e Mordecai veio perante o rei, porque Ester tinha declarado quem ele era. E tirou o Rei o seu anel, que tinha tomado de Hamã e o deu a Mordecai. E Ester encarregou Mordecai da casa de Hamã.
ESTER: (lança aos pés do Rei e chora) Suplico que o Rei revogue a maldade de Hamã e o intento que tinha projetou contra os judeus.
Rei Assuero (Estende o cetro de ouro)
ESTER: (Levanta-se e fica em pé perante o rei) Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante vós e se eu lhe agrado aos seus olhos, escreva-se que se revoguem as cartas concebidas por Hamã, as quais ele escreveu para aniquilar os judeus, que estão em todas as províncias do rei. Pois como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela?
REI ASSUERO: Escrevei, pois, aos judeus, como parecer bem aos vossos olhos, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque o documento que se escreve em nome do rei, e que se sela com o anel do rei, não se pode revogar.
HARBONA: Então foram chamados os escrivães do rei, naquele mesmo tempo, e se escreveu conforme a tudo quanto ordenou Mordecai aos judeus, como também aos sátrapas, e aos governadores, e aos líderes das províncias, que se estendem da Índia até Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada província segundo o seu modo de escrever, e a cada povo conforme a sua língua; como também aos judeus segundo o seu modo de escrever, e conforme a sua língua.
E escreveu-se em nome do Rei Assuero e, selando-as com o anel do rei, enviaram as cartas pela mão de correios a cavalo, que cavalgavam sobre ginetes, que eram das cavalariças do rei.
Nelas o Rei concedia aos judeus, que havia em cada cidade, que se reunissem, e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para destruírem, matarem e aniquilarem todas as forças do povo e da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens, num mesmo dia, em todas as províncias do Rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de Adar.
E uma cópia da carta seria divulgada como decreto em todas as províncias, e publicada entre todos os povos, para que os judeus estivessem preparados para aquele dia, para se vingarem dos seus inimigos.
Os correios, sobre ginetes velozes, saíram apressadamente, impelidos pela palavra do rei; e esta ordem foi publicada na fortaleza de Susã.
CENA 15 – A VITÓRIA DOS JUDEUS
NARRADOR MORDECAI: Então eu sai da presença do Rei com veste real azul-celeste e branco, como também com uma grande coroa de ouro, e com uma capa de linho fino e púrpura, e a cidade de Susã exultou e se alegrou.
E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra.
Também em toda a província, e em toda a cidade, aonde chegava a palavra do Rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e gozo, banquetes e muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles.
E, no dia treze no duodécimo mês, que é o mês de Adar, chegou a palavra do Rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus esperavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, porque os judeus foram os que se tornaram senhores dos que os odiavam.
Porque os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do Rei Assuero, se ajuntaram para pôr as mãos naqueles que procuravam o seu mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o medo deles caíra sobre todos aqueles povos.
Porque eu me tornei grande na casa do rei, e minha fama crescia por todas as províncias. Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada, com matança e com destruição; e fizeram dos seus inimigos o que quiseram, e os dez filhos de Hamã, o inimigo dos judeus, mataram.
Sucedeu isto no dia treze do mês de Adar; e descansaram no dia catorze, e fizeram, daquele dia, dia de banquetes e de alegria. Também os judeus, que se achavam em Susã se ajuntaram nos dias treze e catorze e descansaram no dia quinze, e fizeram, daquele dia, dia de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros.
NARRADORA ESTER: E Mordecai escreveu e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do Rei Assuero, aos de perto, e aos de longe, ordenando-lhes que guardassem o dia catorze do mês de Adar, e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa, para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos outros, e dádivas aos pobres.
Por isso aqueles dias chamam Purim, assim também por causa de todas as palavras daquela carta, e do que viram sobre isso, e do que lhes tinha sucedido,
Confirmaram os judeus, e tomaram sobre si, e sobre a sua descendência, e sobre todos os que se achegassem a eles, que não se deixaria de guardar estes dois dias por todos os anos.
E que estes dias seriam lembrados e guardados em cada geração e família e que não fossem revogados entre os judeus. E eu, rainha Ester, filha de Abigail, escrevi também com toda autoridade uma segunda vez, para confirmar a carta a respeito de Purim..
E mandaram cartas a todos os judeus, com palavras de paz e verdade, acerca do jejum e do seu clamor. Porque meu tio Mordecai foi o segundo depois do Rei Assuero, e grande entre os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, procurando sempre o bem do seu povo, e proclamando a prosperidade de toda a sua descendência.
E Deus, me fez rainha exatamente para um momento como este.

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A Luiza é autora do site Arena de Cristo
Ministra cursos e oficinas de teatro
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