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REDENÇÃO

Depois do pecado de Adão, o ser humano se desviou do propósito de Deus para sua vida, de ser Sua imagem e semelhança, dirigido pelo Seu Santo Espírito, para Sua honra e Sua glória. O homem se tornou independente de Deus mas passou a ser controlado pela sua natureza má e pecaminosa. Deus, em sua infinita misericórdia e amor, enviou Seu Filho, Jesus Cristo, para que pagasse o preço pelos nossos pecados e pudéssemos nos aproximar novamente Dele. Muitos recebem o sacrifício de Cristo, mas a Palavra às vezes é semeada entre os espinhos, que a sufocam quando ela quer crescer. O Tentador, atento às fraquezas do homem, oferece à ele os mais diversos meios de agradar sua carne, através do pecado. Cabe ao homem não se deixar dominar. Mas o Tentador é astuto, e cada vez que o Ser Humano cai, sua natureza má ressurge aos poucos, tentando dominá-lo novamente. Entretanto o Espírito Santo, O Consolador que Deus enviou não desiste e tenta mostrar ao homem que ainda há uma saída se ele se arrepender, mas isso só se ele quiser.
 
PERSONAGENS
 
Ser Humano - Representa todos os homens e mulheres que ouvem a Palavra de Deus, a recebem, mas se deixam levar ao serem tentados.
 
Natureza Má/ Velho Homem - É quem controla o Ser Humano sem Deus. Quando o homem recebe o sacrifício de Cristo na cruz, sua natureza má torna-se seu velho homem, pois já não mais vive por ele, mas agora o Espírito de Deus é quem o dirige.
 
O Semeador - É aquele que semeia, prega a Palavra do Senhor, com o objetivo de alcançar frutos, vidas transformadas, salvas pelo amor de Deus, para a honra e glória do Senhor.
 
O Consolador - É o Espírito Santo de Deus, quem Ele envia para consolar e dirigir o Ser Humano quando este recebe o sacrifício que Cristo fez por ele na cruz.
 
O Tentador - O Inimigo de Deus e do homem, que para derrubá-lo oferece a ele as coisas que agradam sua carne, mas desagradam a Deus, tentando afastar o Ser Humano o máximo que puder de seu Criador.
 
A Hipocrisia - É aquela que ensina o homem ter uma vida dupla, fingindo ser o que no fundo ele realmente não é. Ensina-o a agir de maneiras diferentes, dependendo do lugar e da situação, conforme lhe convém.
 
A Ambição - Ela é quem diz ao ser humano, que sem dinheiro, riquezas, poder, bens materiais e coisas do gênero, ele não pode viver. Ensina-o que ele deve servi-la e que sem ela, ele não pode ser feliz, que sem ela, ele não é nada.
 
A Luxúria - Ela é forma mais palpável da vontade carnal do homem, é a impureza, a sensualidade. Constantemente tenta convencê-lo que nela não há mal nenhum, que seus desejos por ela são naturais e normais.
 
A Ira - Ela é como um incêndio florestal que quando enche o Ser Humano por completo, é incontrolável. Demonstra-se através da raiva, do ódio, da falta de amor e de perdão. É o mal que mais se exterioriza no homem.
 
A Mentira - Ela tenta mostrar-se sempre necessária e inocente. Tenta enganar o homem dizendo que às vezes precisa usá-la visando um bem maior. Quando domina o Ser Humano, faz ele acreditar até mesmo que ela é a verdade.
 
A Dúvida - Ela se apresenta como uma negociante que vende suas ideias, histórias, ciências, filosofias e falsas religiões, sempre visando fazer o homem se questionar a respeito de Deus, do Espírito Santo e da salvação através de Jesus Cristo.
 
O Medo - Ele é uma das últimas armas do Tentador para tentar desviar o homem de Deus, fazê-lo parar de confiar no Espírito Santo e no poder do Senhor para salvá-lo e guardá-lo. Para isso o medo tenta assustar o Ser Humano o quanto puder.
 
A Culpa - Ela vem para definitivamente destruir o homem, pra lhe afastar definitivamente do caminho perfeito, para confirmar sua dúvida sobre o poder de Deus e o Espírito Santo em sua vida. Ou na direção do Espírito Santo levá-lo ao arrependimento.
 
Jesus Cristo - O Filho do Deus vivo que veio ao mundo como homem para pagar o preço do nosso pecado, sendo humilhado e morto por nossa causa, para nossa redenção. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitou dentre os mortos, vencendo a morte, o diabo, o inferno e o pecado.
 
Narrador - Não é um personagem, ele narra as cenas no desenrolar da peça.
 
OBSERVAÇÕES
 
Esta peça teatral é uma pantomima, ou seja não há nenhuma fala dos personagens dita por eles, apenas a narração e a mímica. Cada personagem terá sua vestimenta específica com o nome do que representa escrito nela. Também usará uma máscara de acordo com suas características. A trilha sonora deve ser adaptada conforme as características de cada personagem.
 
Ser Humano - Parte superior branca, inferior, jeans e tênis branco. Se possível roupa estritamente igual para o personagem “Natureza Má/ Velho Homem”. Máscara com um desenho de um rosto comum, sem expressão significativa. Muda-se a máscara para uma com a expressão de felicidade quando o Espírito Santo começa a dirigi-lo e no momento da redenção. Luvas brancas.
 
Natureza Má/ Velho Homem - Idem ao personagem “Ser Humano”, exceto pela máscara que será sempre a mesma, sem expressão. Luvas brancas.
 
O Semeador - Roupa usual. Um saco de sementes que ele semeia na plateia Máscara com expressão alegre mas com o suor do trabalho de levar a Palavra de Deus. Luvas brancas.
 
O Consolador - Roupa branca longa, nela está escrito no centro em destaque, preto: “Consolador”, no resto da roupa está escrito em cinza: “Espírito Santo”, “Deus”, “Jesus Cristo”, “Yaweh”, “Elohim”, “Verbo”, “Palavra de Deus”. Placa escrita “Perdão”.
 
O Tentador - Roupa social preta. Uma rosa vermelha. Recipiente com sangue falso. Máscara com um sorriso irônico e olhar maléfico, uma lágrima de sangue sai de um de seus olhos. Luvas pretas.
 
A Hipocrisia - Roupa de duas cores, de preferência preto de um lado e branco do outro. Máscara também de duas cores, expressões opostas em cada um dos lados da máscara. Uma luva branca e outra preta.
 
A Ambição - Roupa elegante. Dinheiro na mão. Máscara com sorriso extremamente exagerado, com olhos bem abertos e alguns cifrões nos lados. Luvas coloridas.
 
A Luxúria - Roupa usual. Máscara com sorriso e olhar atraentes, um coração desenhado em um dos lados e do outro um “coelhinho de gravata”. Luvas vermelhas.
 
A Ira - Roupa preta, botas, luvas pretas, correntes e acessórios do gênero. Máscara com expressão de extrema raiva. Luvas cinza.
 
A Mentira - Roupa virada. Máscara pintada de ponta cabeça. Luvas brancas cortadas nos dedos.
 
A Dúvida - Roupa de vendedor/ negociante, pontos de interrogação na roupa. Máscara com expressão enigmática e alguns pontos de interrogação. Saco grande com ponto de interrogação, cheio de livros forrados de branco, com interrogações no centro. Luvas brancas.
 
O Medo - Roupa preta rasgada. Máscara com expressão de medo nos olhos, grandes e totalmente brancos. Nariz e boca com expressão de raiva, sangue escorrendo da boca. Luvas pretas rasgadas.
 
A Culpa - Roupa preta e longa. Espécie de sobretudo, rasgado e picotado com capuz que cobre todo o rosto. Máscara totalmente preta. Correntes amarradas nas pernas. Chicote.
 
Jesus Cristo - Roupa Branca longa com manto vermelho que envolve a parte superior acima de um dos ombros e abaixo do braço oposto ao àquele ombro. Máscara sem rosto, só com a coroa de espinhos e sangue. Sem luvas, a marca dos pregos pintada nas mãos, com sangue escorrendo.
 
CENA 1 – O MUNDO JAZ NO MALIGNO (INTRODUÇÃO)
 
Apagam-se as luzes e começa a narração (também, se possível, pode ser feito um vídeo de introdução editado imagens de acordo com a narração).
 
Narrador O mundo inteiro jaz no Maligno, 1ª João capítulo 5, versículo19. Depois que o pecado entrou no mundo, o homem acreditou que podia ser independente de Deus e o coração de todos se encheu de maldade. Veio ao mundo a violência, a miséria, o erro, a prostituição, a impureza, a idolatria, as feitiçarias, a inimizade, o ciúmes, a ira, a discórdia, a inveja, a hipocrisia, a mentira, coisas semelhantes a essas e todo tipo de males. (pausa) E o pecado tinha um preço, seu preço era a morte. (pausa) Mas Deus em sua infinita misericórdia, bondade e amor, enviou seu Filho para morrer em nosso lugar, para que tivéssemos mais uma chance de nos aproximarmos Dele. Jesus foi morto, mas ressuscitou, venceu o pecado, a morte e o inferno. Agora Ele nos oferece a salvação, a liberdade e a vida eterna, mas cabe a cada um de nós decidir se queremos, (pausa) ou não.
 
CENA 2 - O VAZIO
 
Acendem-se as luzes. Entra o Ser Humano e o Consolador atrás dele, dirigindo seus atos.
 
Narrador Quando o homem se afastou de Deus por causa do pecado, ele conseguiu a independência que queria, mas se tornou dependente da sua Natureza Má, que controla todos os seus atos, [...]
 
Natureza Má entra, empurra o Consolador e começa a tomar o controle do Ser Humano, ela troca a máscara dele com a expressão de alegria por uma sem expressão. Ele olha para suas mãos e para si mesmo se sentindo diferente, Natureza Má faz o mesmo ao mesmo tempo, a partir de agora em todas as próximas cenas.
 
Narrador [...] na maioria das vezes de uma forma muito sutil, digamos, (irônico)“bonita aos olhos de seus semelhantes”, [...]
 
Ser Humano cumprimenta alguém na plateia e quando vai embora abana.
 
Narrador [...] mas na sua mente, ainda reina o pecado. Todo Ser Humano sabe do vazio que há em seu coração, por estar longe do seu criador, sabe que por mais “bom” que ele possa parecer, ou não, existe algo maior, existe algo melhor, existe algo, ou alguém que pode preencher esse vazio. [...]
 
Ser Humano fica pensativo, olha para os lados, olha para si mesmo, toca no seu coração e anda de um lado para o outro devagar.
 
Narrador [...] As pessoas buscam de várias maneiras, com paixões, vícios, religiões, como preencher o que está faltando, mas nada funciona, a não ser uma coisa.
 
Durante a narração, Ser Humano se mostra apaixonado, fazendo um coração com as mãos e se mexendo um pouco para os lados. Pega uma garrafa e começa a beber e depois um cigarro e começa a fumar. Ajoelha-se, faz o sinal da cruz e começa a levantar as mãos e depois se abaixar até tocar o chão algumas vezes. Ele se levanta, toca no coração e faz o sinal de negativo com a cabeça, demonstrando que aquilo não preencheu o vazio que há nele. Apagam-se as luzes.
 
CENA 3 - O SEMEADOR SAIU A SEMEAR
 
Luz focada no semeador, que vem em direção ao Ser Humano, e enquanto anda via lançando suas sementes na plateia
 
Narrador E o Semeador saiu a semear. Poucos tem a coragem que ele tem. Passar por lugares áridos, sombrios, e desconhecidos, em solo rochoso, entre os espinhos, em terra seca, até um dia chegar a terra fértil, onde a Palavra de Deus semeada cresce e dá frutos.
 
O Semeador chega perto do Ser Humano aos poucos, ele desconfia, mas ouve o que o Semeador tem a dizer, ele fala da Palavra de Deus. Ser Humano se mostra desconfiado a princípio, mas aos poucos aceita a palavra do Semeador. Ser Humano tem a máscara trocada mais uma vez pela de expressão alegre. Natureza má se afasta aos poucos, como se não fosse ela que estivesse controlando seus movimentos, é levada até a cruz que se encontra na parte de trás. Ela é crucificada com muita resistência, mas acaba na cruz como se estivesse morta. Depois de crucificada, é trocada a inscrição em sua roupa que passa a ser “Velho Homem”. O Consolador toma o lugar de Natureza Má e passa a dirigir Ser Humano.
 
Narrador Quando recebemos o sacrifício que Cristo fez em nosso lugar, na cruz, por nós, é como se nós mesmos tivéssemos sido crucificados. Nós abrimos a porta do nosso coração para Ele entrar, e Ele, através de seu Espírito Santo, O Consolador, vem até nós para nos dar descanso e sabedoria, para nos guiar no caminho que nos leva a vida eterna, para dirigir os nossos passos conforme a Sua vontade, que é boa, perfeita e agradável.
 
Apagam-se as luzes.
 
CENA 4 - O TENTADOR
 
Narrador (devagar) Mas muitas vezes espinhos também crescem em solo fértil.
 
Entra o Tentador com um rosa na mão, luz focada primeiro na rosa. Luzes vermelhas vão se acendendo enquanto ele caminha em direção ao Ser Humano.
 
Narrador O Tentador: Quais são as suas fraquezas? Sutil, cruel, a face mais elegante e perspicaz do mal. Ele tenta imitar o Consolador, dando seu falso consolo através das coisas que atraem nossa carne. (pausa) Mas há sangue em suas mãos. [...]
 
O Tentador levanta um pouco o braço e aperta o recipiente com sangue falso até ele escorrer na sua mão e pingar no chão. Ele olha para a mão enquanto realiza o ato e depois para o chão. Abaixa novamente o braço e começa a rodear e observar Ser Humano. O Consolador abaixa a cabeça de Ser Humano para que ele não veja o Tentador.
 
Narrador [...] Ele já levou milhares para o abismo com suas mentiras. Quais são as suas fraquezas? É o que Ele te pergunta a todo instante, e quando ele descobre uma delas [...]
 
Ser Humano levanta cabeça empurrando a mão do Consolador, que a partir de agora tenta convencer constantemente o Ser Humano a não se levar pelas tentações que virão, mas sempre é rejeitado por ele. Ser Humano começa a olhar para o Tentador. Ao mesmo tempo o Velho Homem levanta a cabeça da mesma maneira que Ser Humano e olha na mesma direção que ele, a partir de agora, o Velho Homem começa a tentar se desprender da cruz. O Tentador, como se tivesse descoberto as fraquezas do Ser Humano se afasta um pouco e começa a oferecer as tentações. Sempre que uma tentação é oferecida, o Tentador apenas cruza os braços observa o que acontece.
 
Narrador [...] o seu jogo começa.
 
CENA 5 - A HIPOCRISIA
 
Entra a Hipocrisia guiada pelo Tentador. Mostra-se primeiro de frente para a plateia, revelando suas duas faces e seus dois lados, depois mostra um lado de cada vez, agindo de maneiras diferentes de acordo com a face que aparece. Ela ensina o Ser Humano agir de maneiras diferentes em ocasiões diferentes conforme lhe convém. Com a Igreja age como um “santo”, no mundo como mundano.
 
Narrador A Hipocrisia: Eu sou, mas eu não sou, contradição, ânimo dobre quem sabe. Duas faces, (irônico) afinal, todos tem seu lado bom e seu lado mau. ( intimador) Quem você é quando está sozinho? Quem é você diante das pessoas? Ou você é apenas o que lhe convém ser em determinadas situações. Afinal, todos tem seu lado bom e seu lado mau. Não estou certo? Certo, errado, o que importa, eu sou mas não sou. Vou te ensinar a ser como eu. Ser o que convém ser onde você estiver.
 
Sai a Hipocrisia, um dos braços do Velho Homem se desprende da cruz, ele continua tentando se soltar, mas continua com o resto do corpo preso.
 
CENA 6 - A AMBIÇÃO
 
Entra a Ambição conduzida pelo Tentador, ela tem em suas mãos muito dinheiro e atira na frente do Ser Humano uma nota, que desesperadamente se ajoelha para pegá-la. Ambição mostra que tem mais, mas para que o Ser Humano as tenha, ele deve servi-la. Ela atira uma nota de cada vez no chão e o Ser Humano engatinha atrás dela juntando as notas.
 
Narrador A Ambição: (irônico) Só quero te fazer feliz, ora, ninguém vive sem dinheiro, sem os bens materiais que os satisfazem. Você não é diferente, eu sei, eu te conheço. Sirva a mim e eu te darei o que você quiser. Fama, fortuna, viagens, a vida que todos sonham ter. Acredite, sem mim não existe felicidade, (ameaçador) sem mim você não é ninguém, sem mim você não é nada.
 
A Ambição joga o resto do seu dinheiro no chão e sai, o Velho Homem continua tentando de desprender da cruz, cada vez com mais força. O Ser Humano continua ali prostrado, juntando e olhando para o dinheiro que a Ambição atirou no chão.
 
CENA 7 - A LUXÚRIA
 
Entra a Luxúria devagar, acompanhada pelo Tentador. Ela olha uma vez para a plateia e depois constantemente para o Ser Humano enquanto anda envolta dele. É a única personagem que atua toda a cena junto com o Tentador, que a conduz pelo braço. Ser Humano também olha constantemente para ela.
 
Narrador A Luxúria: (irônico e suave) Sensualidade, o que há de mal nela? Uma foto, uma revista, uma olhada, quem sabe uma noite. O que pode haver de mal nisso? (sério) Mas a pergunta não é esta, mas sim, o que há de mal no seu coração? (surpreso) Espere! Ela está acompanhada? Sim, ela também foi tentada a ser assim. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? A luxúria diz, siga o seu coração. (irônico) Afinal, o que há de mal nela? Uma foto, uma revista, uma olhada, quem sabe uma noite. O que pode haver de mal nisso?
 
Ser Humano segue Luxúria até a saída e depois volta, aparentando estar um pouco tonto. Velho Homem desprende o outro braço da cruz, mas seu corpo e pernas ainda estão presos.
CENA 8 - IRA
 
Entra a Ira, rápido, caminha por todos os lados, O Tentador nem consegue levá-la até o Ser Humano. Ela parece gritar no ouvido dele. Ser Humano começa agir como a Ira, atira alguns objetos, “briga” com a plateia
 
Narrador A Ira: (bravo) Raiva, ódio, dor, maldade, falta de amor e perdão (suspiro). (normal) Com estas palavras pode-se descrevê-la, ela vem aos poucos, mas com o tempo se torna incontrolável como um incêndio florestal. Quem poderá detê-la, ela já tomou conta do seu coração! [...]
 
Raiva vai embora e Ser Humano senta no chão, coloca as mãos na cabeça.
 
Narrador [...] (choro e medo) Mas a culpa não é minha, foram eles, foram eles, [...]
 
Ser Humano se levanta e se mostra novamente revoltado. O Velho Homem consegue soltar o corpo da cruz, mas seus pés continuam presos.
 
Narrador [...] eu os odeio! (tom vai diminuindo até alcançar a normalidade) Eu os odeio, eu os odeio. Raiva, ódio, dor, maldade, falta de amor e perdão. Com estas palavras pode-se descrevê-la, ela vem aos poucos, e aos poucos tomou conta do seu coração.
 
CENA 9 - A MENTIRA
 
Entra a Mentira conduzida pelo Tentador, entra com as mãos no bolso, fingindo não ter interesse no Ser Humano, ela fala algumas vezes ao seu ouvido.
 
Narrador A Mentira: (irônico) é verdade, diria ela. Ah, quem nunca mentiu? Mas é claro, sempre foi por uma boa causa. (dúvida) Sempre foi por uma boa causa? Ou isso é mais uma mentira? Quem se importa, eles acreditam. (irônico) Eu sou a verdade, diria ela, (certeza) mas nos seus olhos pode-se ver o engano, nos seus olhos pode-se ver o erro, o caminho que ela conduz leva para a perdição. Quando descobrirem realmente a verdade, a mentira não vai mais estar ao seu lado, nem ela, nem ninguém. Ela afasta os seus amigos, seus familiares, conhecidos, te traz má fama e corrompe os seus pensamentos e o seu coração. (irônico) Mas é verdade, diria ela. Acredite, não há nada oculto que não venha a ser revelado.
 
Ser Humano, depois que a Mentira cochicha em seu ouvido vai e fala no ouvido de alguém na plateia, depois faz sinal de positivo com a cabeça. Sai a Mentira. O Velho Homem continua tentado se desprender da cruz.
CENA 10 - A DÚVIDA
 
Entra a Dúvida, olhando atentamente para a plateia, depois se vira para o Ser Humano e começa a analisá-lo, Ser Humano também olha na direção do olhar da dúvida. Dúvida abre a sua sacola e oferece um livro ao Ser Humano, ele a princípio não tem muita reação.
 
Narrador A Dúvida: Enigmática. Como? Quando? Onde? O quê? Por quê? Como posso crer no que não vejo? Ela vem como uma negociante que vende as suas ideias: ciências, histórias, filosofias, falsas religiões e tudo o que sua mente puder comprar. O seu preço? Nenhum no início. Mas mais tarde, nem todo o ouro do mundo pode pagá-lo. [...]
 
Nesse momento, Ser Humano olha para o Consolador e começa a duvidar dele, o Consolador chega perto e Ser Humano finge que não o vê nem o ouve, e continua lendo o livro oferecido pela Dúvida.
 
Narrador [...]Como? Quando? Onde? O quê? Por quê? Como posso crer no que não vejo?
 
Sai a Dúvida e o Ser Humano continua lendo o livro, Velho Homem consegue desprender uma perna da cruz, mas continua com a outra presa.
 
CENA 11 - O MEDO
 
As Luzes se apagam.
 
Narrador O Medo: (amedrontador) é como um vento frio que sobe desde a ponta de seus pés e toma conta de todo o seu corpo. Gélido, temível, assustador, apavorante. [...]
 
As luzes se acendem rapidamente, Medo assusta a plateia com um grito.
 
Narrador [...] O que você sente quando está sozinho a noite? As trevas tentam cobrir você para assustá-lo e afastá-lo de quem pode te proteger. [...]
 
As luzes se acendem rapidamente, Medo assusta Ser Humano com um grito.
 
Narrador [...] Você tenta despistá-lo mas não consegue.[...]
 
As luzes se acendem definitivamente, Ser Humano está sentado com as mãos nos ouvidos, Medo anda em volta dele. O Consolador tenta se aproximar, mas Ser Humano se vira para o lado oposto a ele algumas vezes.
 
Narrador [...] (normal) Porque só o verdadeiro amor lança fora todo o medo. Mas se o verdadeiro amor, o que vem de Deus não estiver em você, o Medo continuará lá. (amedrontador) Ele é como um vento frio que sobe desde a ponta de seus pés até tomar conta de todo o seu corpo. Gélido, temível, assustador, apavorante. Você pode tentar despistá-lo, mas não vai conseguir, pois só o verdadeiro amor lança fora todo o medo.
 
O Medo olha para a cruz, e vê que o Velho Homem conseguiu se libertar. O Velho Homem corre em direção ao Ser Humano, senta no chão atrás dele e imita suas ações. O Consolador cai aos poucos, coloca as mãos no rosto como se estivesse chorando. Medo vai embora e as luzes se apagam.
 
CENA 12 - A CULPA
 
As luzes se acendem, o Velho Homem agora controla novamente Ser Humano, ele anda devagar de um lado para o outro com o rosto voltado para o chão.
 
Narrador Depois de todos os seus pecados, o Ser Humano acaba por deixar-se ser controlado novamente por sua Natureza Má, por seu Velho Homem. Mas quando isso acontece, vem sobre ele a mais terrível sensação que ele já possa ter experimentado. [...]
 
Luzes se apagam e ficam só acesas as luzes vermelhas que antes conduziram o Tentador. Entra a Culpa lentamente. Ser Humano olha assustado e perplexo, vai um pouco para trás mas depois para e olha atentamente para a Culpa enquanto ela se aproxima dele.
 
Narrador [...]Mais cruel que o Tentador, mais fria e assustadora que o Medo e com mais raiva do que a Ira.
 
Quando ela chega perto ele cai no chão, mas continua olhando para ela, ela levanta o chicote rapidamente e para.
 
Narrador A Culpa: [...]
 
Agora Culpa bate no Ser Humano, constantemente e lentamente. Ele coloca a mão no rosto e sofre muito.
 
Narrador [...] Ela vem para te destruir, pra te afastar definitivamente do caminho perfeito, para confirmar sua dúvida sobre o poder de Deus e o Espírito Santo em sua vida. Não se deixe dominar por ela. Ela vai te machucar, sim, vai. Mas não deixe ela te destruir. Não deixa ela te afastar do Consolador. Clame! Clame! Clame por socorro! (pausa) (grito) Deus!
 
Silêncio. A Culpa para de bater no Ser Humano e olha para o Consolador. Ele se levanta, pega algo (a placa onde está escrito “Perdão”) e vai em direção à Culpa, mostra a placa para ela, sem ainda mostrar para a plateia.
 
Narrador Mas o Senhor também a usa, para que nosso coração chame por Ele, para que na nossa fraqueza venhamos ver que necessitamos desesperadamente do Seu amor.
 
A Culpa olha para o perdão, depois para O Consolador e para o Ser Humano, depois vai embora devagar pelo mesmo lugar que entrou.
 
Narrador Deus, Jesus Cristo, O Perfeito Amor, O Consolador, O Espírito Santo ainda não desistiu e jamais vai desistir de você. Não importam os seus pecados, não importa a sua hipocrisia, não importa a sua ambição e a luxúria que há em seu coração. Não importa a ira, não importam suas mentiras, nem suas dúvidas, nem o medo que toma conta do seu coração. Jesus morreu em seu lugar, para que você fosse livre dos seus pecados e agora ele quer mudar sua vida e sua história, agora ele quer te oferecer o seu perdão. Cabe a você recebê-lo, ou não.
 
O Velho Homem se levanta e vai embora correndo. O Consolador vem e consola o Ser Humano e oferece a ele a placa. Ser Humano, se levanta feliz, mostra a placa onde está escrito “Perdão” e abraça o Consolador. O Tentador tenta se aproximar rápido em com raiva, mas o Consolador o repreende com a mão, Ser Humano faz o mesmo ao mesmo tempo. O Tentador se afasta também correndo. Apagam-se as luzes.
 
CENA 13 - REDENÇÃO
 
Narrador Deus nos mostrou o quanto nos ama através de Jesus Cristo, que morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado. A sentença de morte que estava sobre nós, foi rasgada. Ele morreu para nossa redenção, e ao terceiro dia ressuscitou, vencendo o pecado, a morte e o inferno. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, para que todo o que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna. Basta você querer.
 
Ser Humano está agora ajoelhado perante a cruz, mas quem está nela é Jesus Cristo sendo pregado. Cada vez que se houve o barulho da batida do martelo, a luz se acende momentaneamente. Depois de algumas batidas, a luz se acende definitivamente e Jesus olha para o alto.
 
Narrador Está consumado!
 
A cabeça de Jesus volta-se para baixo e as luzes se apagam.
 
Narrador (devagar) Basta você querer. Você quer?
 
As luzes se acendem e todos agradecem a plateia
 
FINAL
 
Pregação e oração.
 
 
 
Escrito por Matheus Kich Soares  1ª Igreja Batista em Rosário do Sul

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